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Ministro da Justiça age como militante partidário de olho no STF
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Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, sugeriu nesta terça-feira a demissão coletiva da diretoria da Petrobras, além de alertar que “a resposta àqueles que assaltaram a Petrobras será firme, na Justiça brasileira e fora do país”. Faz todo sentido. Afinal, o escândalo da estatal foi por ele chamado de “incêndio de grandes proporções”. Qualquer caso de corrupção semelhante a este em um país mais sério teria levado a uma troca imediata do comando da empresa, mas no Brasil, Graça Foster continua blindada pelo governo.

Na segunda-feira foi a vez de o ministro chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) Jorge Hage se despedir do cargo lamentando que as estatais brasileiras estejam protegidas dos controles governamentais, fora do sistema de acompanhamento de gastos das contas oficiais. Novamente, criou embaraço para o governo Dilma.

Mas eis que seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resolveu atuar como defensor do governo e do PT, ignorando uma vez mais sua função republicana. Como resume Merval Pereira em sua coluna de hoje, foi um “vexame”. Cardozo só viu motivos para contestar a declaração de Janot após falar com a presidente Dilma, convocando uma coletiva de imprensa para defender Graça Foster. Merval vai direto ao ponto:

Mais uma vez o ministro da Justiça foi obrigado a sair de seu papel institucional para atuar em um campo que não diz respeito a seu cargo, defendendo diretores de uma estatal ou, como fez outro dia, defendendo o próprio Partido dos Trabalhadores das acusações de ter recebido doações com dinheiro desviado da Petrobras.

Nos dois casos, Cardozo atuou como partidário, e não como uma autoridade da República. O perigo dessa conduta é levantar a suspeição de que esteja agindo assim para se colocar como candidato a uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que transformará sua indicação pela presidente Dilma em um aparelhamento partidário semelhante ao que já aconteceu com a indicação de Dias Toffoli pelo presidente Lula.

Até as pedras sabem que Cardozo é cotado para o STF. Esse tipo de conduta, em qualquer país sério ou em um governo diferente, seria visto não como lealdade a ser recompensada, mas como indício claro de que não serve para o cargo cobiçado. Um ministro do STF deve ser alguém que preza, acima de tudo, a República, a Constituição, os interesses do Estado, não de um partido.

Cardozo tem uma longa trajetória de afinidades ideológicas com a esquerda radical. Foi figura carimbada em encontros do Foro de São Paulo, representando o PT nas reuniões com defensores das Farc e bajuladores da ditadura cubana. Aqui dá para ter uma breve ideia do que rola nesses encontros, com a presença de Cardozo:

httpv://youtu.be/fCEJ3ydG0H8

Sabemos que o PT vem aparelhando toda a máquina estatal, inclusive o STF, pois tem consciência de que é preciso dominar a Corte Suprema para instaurar de vez o bolivarianismo no Brasil. Já conseguiu colocar alguns petistas disfarçados de ministros lá, pois o Congresso dormia na sabatina ou fora comprado.

Espera-se que desta vez seja diferente. O cargo de ministro do STF é sério demais para ficar nas mãos de um petista típico, desses que confunde partido com governo e governo com estado. Cardozo não se mostra à altura do cargo, pois tenta mostrar lealdade ao governo, até mesmo defendendo a gestão incompetente da Petrobras, no mínimo negligente, em vez de mostrar respeito às funções republicanas de seu cargo. Que fique longe do STF, para o bem do Brasil!

Rodrigo Constantino

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