A imprensa acaba focando muito em coisas ruins, em notícias negativas, e às vezes até em picuinhas secundárias. Mas poderia dedicar mais tempo mostrando o lado bom também, as conquistas, as notícias positivas. O ministro da Justiça Sergio Moro usou as redes sociais como contraponto, para divulgar dados do Sinesp que mostram várias modalidades de crime em queda nesse começo de governo:
Ele teve a honestidade de fazer ressalvas, porém, reconhecendo que é cedo para festejar tanto:
Ressalvas: 1 – precisamos trabalhar para a redução ser permanente e constante; 2 – muitos fatores influenciam a queda, o mérito não é só do Governo Federal, mas também dos estaduais e distrital; e 3 -mesmo com a redução, os números ainda são altos, precisamos trabalhar muito mais. Ressalvas: 4-ajudaria a aprofundar a queda a aprovação do projetoanticrime, mas respeitamos a prioridade da NovaPrevidência;5 -hackers de juízes, procuradores, jornalistas e talvez de parlamentares, bem como suas linhas auxiliares ou escândalosfalsos não vão interferir na missão
De fato, é muito cedo para explicar em detalhes os motivos dessas quedas, e creditar isso ao governo Bolsonaro pode ser prematuro. O projeto anticrime do próprio Moro sequer foi aprovado, liberar por decreto mais posse ou porte de arma não deu tempo ainda de impactar nas taxas, enfim, é preciso cautela na hora de analisar tudo, para ver o quanto é fator conjuntural e o quanto é estrutural ou mudança de postura do governo federal.
Em suma, devemos evitar a falácia post hoc ergo propter hoc, um erro lógico muito comum que infere que, por algo ter ocorrido depois disso, então foi causado por isso. É também conhecida como correlação coincidente, que consiste na ideia de que dois eventos que ocorram em sequência cronológica estão necessariamente interligados através de uma relação de causa e efeito.
Mas a realidade é que os dados estão melhores, e a imprensa deveria dar maior destaque a eles. Por que só focar naquilo que é ruim?
Rodrigo Constantino