“Acredito que as mudanças climáticas representam o problema mais sério para o bem estar da humanidade que enfrentamos no presente”, disse o professor de Harvard, Stephen Walt, aquele que havia perguntado quem “invadiria” a Amazônia para salvar o planeta de gente terrível como Bolsonaro.
Num mundo repleto de terroristas islâmicos, com centenas de milhões na miséria, com problemas imigratórios que têm gerado forte reação e alimentado partidos nacionalistas ou mesmo xenófobos, é preciso estar preso numa bolha ideológica para concluir que as “mudanças climáticas” representam a maior ameaça e a questão mais urgente.
Em primeiro lugar, não falam mais em “aquecimento global”, e sim em “mudanças climáticas”, expressão bem mais vaga e que engloba qualquer coisa. Em segundo lugar, não é verdade que existe um consenso científico sobre o alarmismo disseminado pelos ambientalistas. Isso é simplesmente falso.
Ciência, para começo de conversa, não se faz com base em “consensos”, mas em fatos, em método científico. E a ciência clama para que teses sejam refutadas, justamente para fortalece-las. Isso é tudo aquilo que a “comunidade científica” de hoje, tão politizada, não deseja.
A linguagem é religiosa, não científica: negacionistas, os hereges, devem ficar caladinhos, sem ousar questionar as premissas, as medições, as projeções, que nunca se confirmam. É curioso a esquerda acusar a direita de obscurantista, sendo que é a esquerda que adora a ideologia de gênero, negando que menino é menino e menina é menina, ou seja, a biologia.
Por falar em meninos e meninas… uma causa que explora de forma tão escancarada crianças deveria suscitar suspeitas. A atração global no evento da Cúpula do Clima é uma pirralha de 16 anos! Greta Thunberg, com seu jeitão esquisito, deveria estar ajudando a mãe a lavar a louça, ou arrumando o próprio quarto após os estudos, ou quem sabe namorando.
Mas não! Isso tudo é muito “pequeno” para a mocinha. Ela vai… salvar o planeta, dar lições de moral aos líderes do mundo, cobrar medidas. Ela é a voz da ciência, por acaso? A criação de mitos políticos já embrulha o estômago. O que dizer de transformar uma menina de 16 anos em ícone da luta ambientalista, dando lições para os líderes do planeta? Vai estudar para ter uma carreira antes de querer “salvar o mundo”, minha filha!
Sabem quem sempre usou crianças para suas causas? Os comunistas. O “timoneiro” Mao Tse-Tung, o maior assassino de todos os tempos, lançou sua “revolução cultural” com base num exército de… crianças. Elas eram o futuro! Elas tinham as respostas! Como disse Nelson Rodrigues, a revolução nasceu tão velha quanto o ditador por trás dela. Jovens, amadureçam!
A jovem brasileira que abriu o evento da ONU, um pouco mais velha do que a adolescente sueca, disse estar decepcionada com o resultado, pois foi “pouco para o que precisamos”. Paloma Costa, de 27 anos, é estudante de direito da Universidade de Brasília e faz parte de diversos projetos ambientais, como o Engajamundo. A outra voz da ciência? Não faltaria experiência, estudo, amadurecimento?
Alexandria Ocasio-Cortez, a “fresh face” do Partido Democrata, defensora do socialismo, é a mais nova congressista americana. Ela era atendente de bar há poucos anos. Hoje ela dá lições sobre economia, imigração e clima, sem ter a mais vaga noção do que está falando. Ela sequer entende as esferas de governo no seu país, mas apresentou o “ambicioso” Green New Deal, um misto de infantilismo com stalinismo.
Toda matriz energética do país seria alterada em uma década. Os velhos caciques do partido endossaram o projeto idiota, mas só da boca para foca. Quando os republicanos quiseram colocar o troço para votação, houve chiadeira. Os democratas sabem, no fundo, que se trata de algo impraticável, para inglês ver, para jogar para a plateia, nesse clima de seita.
O ambientalismo se transformou numa religião secular, como já foi antes o socialismo. Ambos, aliás, falam línguas parecidas. Em parte, o primeiro é um refúgio das viúvas do último. Como o socialismo fracassou, e muito, e o capitalismo não gerou mais miséria, como alertavam, mas sim muito mais riqueza, o problema agora é excesso de riqueza, que vai destruir o planeta. O foco é o mesmo: atacar o capitalismo, o livre mercado, e demandar um governo central mundial intervindo em tudo, controlando de cima para baixo as nossas vidas – e nossos bolsos. O pretexto é o “derretimento iminente” do planeta.
O editorial do Estadão embarcou na histeria:
Os protestos dos jovens são um sinal de que esse tipo de mistificação não tem mais lugar no debate sobre as mudanças climáticas. Em vez de discutir sobre o formato da Terra, se plano ou esférico, é preciso repensar processos industriais, hábitos de consumo e matrizes energéticas para reduzir os danos causados pelas mudanças climáticas. Nada disso é fácil, pois inúmeros interesses estão em jogo. Felizmente, há dirigentes que parecem empenhados em superar os obstáculos políticos para que se conciliem as necessidades ambientais e as demandas econômicas. Governadores de Estados da região amazônica, por exemplo, sinalizaram a possibilidade de aderir a uma aliança idealizada pela França para proteger as florestas locais, mesmo depois de o governo brasileiro ter rejeitado a iniciativa. Isso não significa render-se à intromissão estrangeira em assuntos brasileiros, e sim aceitar que a preservação ambiental deixou há muito tempo de ser um problema de âmbito exclusivamente nacional, firmando-se de vez como tema político global. Como disse ao Estado uma jovem indígena brasileira que participava de um protesto em Nova York, liderado pela adolescente sueca Greta Thunberg, “não existe diferença entre uma jovem indígena como eu e uma jovem sueca como Greta”, pois “nosso futuro está conectado pelas mesmas ameaças da crise climática”.
Amém! Mas outros milhões de brasileiros consideram outras ameaças como prioridade. A ameaça dos marginais armados, por exemplo, que ceifam a vida de mais de 60 mil pessoas a cada ano. Ou a ameaça das doenças causadas pela falta de saneamento básico, que afetam metade da população. Ou a ameaça do desemprego, num país com mais de 12 milhões de pessoas procurando, mas não encontrando trabalho. Essas ameaças concretas importam muito mais do que as “mudanças climáticas”, que são usadas por alarmistas que nunca acertam uma só previsão com seus modelos “científicos”.
Rodrigo Constantino
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