Leitores perguntam, apavorados, sobre a pesquisa que mostra Lula como favorito em 2018. É possível um troço desses? Como assim? Bom, em se tratando de Brasil, tudo é possível. No mais, como meus leitores já estão cansados de saber, o Brasil cansa. A incapacidade de o brasileiro aprender com o passado é um caso a ser estudado por sociólogos ou antropólogos. O problema é que esses costumam ser parte do problema. O “americano” que melhor representaria o brasileiro médio seria, sem dúvida, Bart Simpson:
O queijo que dá choque é a esquerda, e Bart é o eleitor brasileiro, sempre levando choque, mas insistindo em busca da “justiça social”, do “messias salvador da Pátria”, do “governante poderoso que vai acabar com a miséria”. Logo, começamos por essa parte: sim, seria possível até mesmo Lula vencer em 2018! Mas essa probabilidade é baixa. O que não chega a animar completamente.
Temos, afinal, outros nomes que são Lula com roupagem diferente, como Marina Silva e Ciro Gomes, com chances reais. Seria trocar seis por meia dúzia. Esquerda radical por esquerda radical. E esses dois possuem mais chances do que Lula. “Mas Lula está em primeiro, não esqueça!” É verdade. Mas calma, pois há uma pegadinha, conforme análise feita por um colega liberal:
1- 70% dos entrevistados são indecisos, nulos e branco. Lula é líder apenas no que resta;
2- O eleitorado do Lula é fanático, e sempre existirá uma proporção da população que vota nele aconteça o que acontecer, mesmo que exista um vídeo com ele estuprando uma criança. A proporção de votos que ele teria é a mesma há algumas pesquisas, não ocorreu aumento. Podemos contar com aproximadamente um quinto da população totalmente alienado;
3- Para Lula se eleger, precisaria de votos dos não-fanáticos, porém a rejeição dele é muito alta (45%, segundo o Datafolha de dezembro, e o Datafolha certamente deu uma amenizada nesse número, dado o histórico do instituto);
4- Colocaram na pesquisa mais de um candidato do PSDB, o que divide os votos. No dia D haverá apenas um, e há a chance de não ser nenhum dos pesquisados;
5- Há candidatos que ainda são desconhecidos (Bolsonaro, por exemplo), e que deixarão de ser desconhecidos quando a campanha começar de fato;
Portanto, não há motivo para pânico por enquanto. Como conclui o autor da análise: “Esta pesquisa é furada e a chamada é sensacionalista, praticamente uma propaganda do Lula”. O que não quer dizer que os brasileiros decentes não tenham o direito de entrar em choque pelo simples fato de alguém como Lula ainda ter votos! Isso retrata nosso atraso, nossa vocação para o fracasso, para a bandidagem, para a malandragem.
A popularidade de Lula na pesquisa CNT/MDA mostra que, mais uma vez, a compra de votos no Nordeste pode determinar o nome do próximo presidente do Brasil. Lula continua popular também entre os eleitores menos alfabetizados. Ele recolhe os votos daqueles que mais sofreram com a ruína provocada por Dilma Rousseff.
Ainda assim: quase 20% de quem possui ensino superior! Ou seja, aqueles que falam que a educação é uma panaceia, a solução para todos os nossos males, ignoram que a questão fundamental é: qual educação? Temos “doutores” aos montes por aí pregando o socialismo, defendendo o PT e o PSOL. Essa gente é causa dos nossos males, não solução.
No caminho de Lula, há ainda a Lava Jato, não podemos esquecer. O sujeito é réu em cinco processos! Não será tão simples para ele, portanto. O receio maior deve ser com Ciro mesmo, que banca o machão, o que encanta a massa de alienados, e migrou seu discurso sempre oportunista mais para a esquerda, para ocupar o espaço deixado pela crise petista. Ciro é perigoso sim, e deve ser alvo de ataques constantes daqueles cientes do perigo.
Bolsonaro, pelo lado direito, tem chances, mas possui rejeição alta. Um nome de fora, como João Dória, teria bem mais probabilidade de levar. Resta saber se os tucanos, sempre divididos, vão se entender com base no desejo real de vencer, ou se as disputas de ego falarão mais alto, e um dos três caciques da velha guarda será o candidato, apenas para ser derrotado uma vez mais.
Enfim, falta muito ainda para a eleição de 2018, mas a batalha já começou. E como podemos ver pela pesquisa, a esquerda não morreu. Está ferida, cambaleando, mas viva. E o Brasil só vai melhorar mesmo quando enterrar essa praga de vez!
Rodrigo Constantino
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