Antonia Okafor queria uma arma. Durante seu primeiro ano de pós-graduação na Universidade do Texas, Dallas, ela escreveu no New York Times que trabalhava durante o dia e estudava de noite. “Todas as noites, depois da aula, saía por volta das 10, tinha que atravessar o extenso estacionamento para chegar ao meu carro”, explicou Okafor.
“Eu temia aquela hora do dia. Eu rezava para que ninguém estivesse escondido em áreas mal iluminadas ou atrás de carros, e eu tentava não pensar nos alertas da polícia do campus que eu vi sobre agressões sexuais na área”.
Além disso, ela disse que foi atacada quando criança – o que a deixou “agudamente consciente das realidades de ser atacada apenas porque você é fisicamente menor e menos propensa a se proteger. Eu sei o que significa se sentir indefesa”.
“Agora, meu único meio de proteção era um apito”, disse Okafor. “Eu segurava ele em uma mão e meu telefone na outra, com os números 9-1-1 pré-discados e meu dedo no botão de chamada. Quando me aproximava do meu carro, eu começava a correr. Assustava-me pensar que, mesmo que eu ligasse o número e soprasse o apito, quando alguém chegasse à cena talvez fosse tarde demais. Quando chegava ao meu carro, entrava, trancava as portas e olhava atrás de mim para ter certeza de que ninguém estava no banco de trás”.
E nesta mesma época em que o governo do Texas estava debatendo a lei que permite porte de arma no campus – que eventualmente passou – Okafor disse que começou a defender o direito de os estudantes portarem uma arma, tornando-se diretora de uma ONG com este propósito. Tudo apesar de ter vindo de uma família democrata e nunca ter sido uma “entusiasta de armas”.
“Mas desde o momento em que coloquei minhas mãos em uma pistola Ruger LC9, a arma que regularmente carrego comigo agora, senti mais controle”, continuou ela. “Me senti empoderada ao segurar uma ferramenta que poderia me proteger fisicamente, e estava determinada a aprender a usá-la de forma responsável. Foi um alívio saber que eu poderia disparar se eu tivesse que fazê-lo, mesmo que nunca usasse minha arma a menos que fosse um último meio de autodefesa. Eu consegui minha licença de porte há um ano”.
Okafor acrescentou que ela encontra regularmente “os progressistas que temem o uso irresponsável de armas e pensam que as crianças da faculdade (mesmo que tenham 21 anos) não possam ser confiadas com armas de fogo”. Pior ainda, Okafor escreveu que “muitos esquerdistas … não apoiam o ‘direito da mulher escolher’ quando se trata de sua própria defesa”, acrescentando que “eu fico ferozmente ressentida quando me dizem que não posso me proteger de acordo com meus direitos como americana”.
“Ao contrário da crença popular, existe um lugar para mulheres jovens, pró-Segunda Emenda no feminismo moderno”, concluiu. “E há um lugar para elas nos campus universitários”.
E você não saberia que os leitores do NYT reclamariam da postura de Okafor? “Mais um argumento para armas que se baseia em emoções, não em fatos”, comentou um leitor. “Você não está, estatisticamente, mais segura com uma arma … As armas representam um risco de segurança pública, exacerbado por porte escondido. Seu argumento não tem rigor. A lei do Texas em questão é uma farsa, e deve ser derrubada o mais rápido possível”.
Outro perguntou: “Por que levar uma arma em vez de spray de pimenta, o que irá incapacitar um atacante, mas não é letal e não é um perigo para pessoas inocentes?” “Como pessoa negra, a autora deve ter cuidado com o que deseja”, declarou outro comentarista. “Assim como com as drogas, se as coisas dão errado com uma arma (e todos os dias você pode ler artigos que mostram muito claramente que elas dão), os negros serão os primeiros a ser severamente punidos. Os negros continuam sendo estereotipados como violentos, e ela não está ajudando”.
Outro leitor dissidente acrescentou: “Esta jovem provavelmente tem as melhores intenções, mas parece que uma psicoterapia extensiva e terapia traumática é o que é necessário, e não a falsa sensação de segurança que vem com uma arma de fogo”.
Mas nem todos os leitores ficaram incomodados com o texto de Okafor. “Com controle de armas, os estupradores e outros cidadãos que não respeitam a lei ainda poderiam ter acesso a armas de fogo, enquanto os cidadãos que respeitam a lei ficariam indefesos”, observou um. “O controle de armas só tira armas de fogo das mãos dos cidadãos que cumprem a lei”. A melhor resposta pode ter sido de um “homem branco de meia idade, progressista e que odeia armas: “No que me diz respeito, não há grupo que mereça mais o direito de portar armas de fogo do que mulheres negras. Eu totalmente te apoio, Sra. Okafor”.
Okafor gravou um vídeo para o The Blaze explicando melhor seu ponto, e atacando a postura desarmamentista das Kardashians:
Seus argumentos são demolidores. E dá “bug” na cabeça de um “progressista” ver uma mulher negra, representante portanto das “minorias”, e que vem de um background democrata, advogando seu direito de autodefesa. Qualquer feminista que realmente desejasse o “empoderamento feminino” e adotasse a lógica como ferramenta de raciocínio teria que concluir que o porte de uma arma de fogo é o meio mais eficaz para tal “empoderamento”. A arma nivela todos, dos mais fracos aos mais fortes.
Rodrigo Constantino
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