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Já cansei de chamar a atenção dos leitores aqui: podem reparar que vão encontrar a expressão “extrema-direita” ou “ultraconservadores” aos montes na mídia, mas dificilmente vão encontrar “extrema-esquerda”. Os radicais são todos de “direita”, ainda que os esquerdistas queiram transformar o Brasil na Venezuela, admirem tiranos assassinos, preguem o confisco de propriedades e a revolução.

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Basta não ser socialista para ser “extrema-direita” ou “ultraconservador”, enquanto pode bajular Maduro e ter pôster do assassino Che Guevara no quarto que será apenas “esquerda”, ou quiçá centro moderado (em alguns casos até direita, como se referem a tucanos que também admiram Che).

É por isso que Trump se torna um “ultraconservador”, como eram todos os candidatos republicanos das primárias pela ótica da imprensa, enquanto Obama, aluno do radical Saul Alinsky, admirador de marxistas, amigo de terroristas como Bill Ayers, companheiro de líderes de movimentos raciais radicais e violentos, e que queria transformar a América “fundamentalmente” é o ícone da moderação de centro.

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No Brasil é ainda pior: o PSOL é apenas esquerda, assim como o PT, enquanto tucanos, de esquerda, são tratados como direitistas, e Bolsonaro é praticamente um Mussolini ou um Hitler. Claro, não vem ao caso que o fascismo e o nazismo eram ideologias de esquerda, muito próximas do comunismo e do socialismo, como vários autores sérios mostram, como os próprios se consideravam, e como Dinesh D’Souza comprova em seu novo livro The Big Lie. Só mesmo uma “grande mentira” para esconder esse fato de tanta gente por tanto tempo.

E o leitor não verá em lugar algum da imprensa isso. Não adianta procurar, a não ser na Gazeta do Povo. Até mesmo Reinaldo Azevedo, tido por aí como representante da direita, faz o jogo da esquerda. Em seu artigo de hoje, sobre a proposta de Doria de unir forças de centro para derrotar os extremos, Azevedo deixou claro que acha correto colocar Bolsonaro num extremo, mas não Lula! Isso mesmo, veja com seus próprios olhos:

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), propôs neste terça a união de todos os partidos de centro e de centro-direita para enfrentar as candidaturas de Lula, pelo PT, e de Jair Bolsonaro, sabe-se lá por onde. Assim, haveria uma conjuração do centro contra os extremos, sempre notando que é razoável considerar Bolsonaro de extrema direita, ainda que ele possa não saber direito o nome do que pratica, mas não é correto classificar o PT de extrema esquerda — não com o governo que fez. Se fosse um extremista, teria cometido ainda mais erros, deixo claro.

Quem chamou a atenção para o absurdo foi Luciano Ayan: “Aí não dá para defender Reinaldo Azevedo. O sujeito chama Bolsonaro de extrema direita mas se recusa a chamar Lula de extrema esquerda. Desonestidade intelectual tem limites”. Ou deveria ter.

Comentei rapidamente ontem sobre uma coluna na Folha de Joel Pinheiro, que lamentava a perda do convívio “pacífico” dos brasileiros por conta de uma “ilusória guerra cultural” promovida por dois extremos. Nem Olavo de Carvalho, nem Judith Butler. Nem comunismo, nem “fascismo”. Nem “extrema-direita”, nem extrema-esquerda. Isso depois que os comunistas ficaram no poder por 13 anos e podem voltar em 2018, segundo as pesquisas…

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Mas falar da ameaça comunista é paranoia que fortalece o comunismo, uma patota pequena e insignificante… Alguém pretende negar, hoje, que o PT gostaria de levar o Brasil na direção da Venezuela? É uma meta anunciada, ora bolas! Basta ver o que PT e PSOL falam de Maduro, e lembrar que o PT, no poder, tentou aparelhar a máquina estatal toda, controlar tudo, tomar as estatais, comprar a mídia e o Congresso, ocupar até o STF (e isso conseguiu parcialmente). Depois, lamentou não ter feito um esforço maior para aparelhar as Forças Armadas também.

No mais, um “moderado” que surge pedindo mais moderação justo no momento em que a direita finalmente avança sempre suscita suspeitas merecidas. Esses moderados não estavam combatendo com veemência o radicalismo petista antes, ao menos a maioria não estava. E Reinaldo Azevedo, que estava, pelo visto fazia isso tendo como objetivo substituir a esquerda mais radical petista pela mais moderada tucana, e ponto. Qualquer coisa à direita disso é inaceitável.

Não quero dizer, com isso, que Bolsonaro não seja, de fato, radical, e sim que é ridículo chamá-lo de radical ou tratá-lo como a grande ameaça à democracia brasileira enquanto temos Lula e os extremistas de esquerda com chances reais de volta ao poder. A esquerda tem Guilherme Boulos convocando gente para invasões, com apoio de artistas, “intelectuais” e a mídia, e tem gente que acha que quem fala em endurecer com marginais é o vilão da história? A Globo massacra o telespectador diariamente com propaganda “progressista” radical e a guerra cultural é “ilusória”?

Sinceramente, não dá para levar a sério quem considera Bolsonaro um extremista perigoso, e trata Lula, Lula!, e essa esquerda jurássica que ainda enaltece o regime cubano como moderados. É realmente muita desonestidade, coisa de desinformante que trabalha para o projeto esquerdista radical.

Rodrigo Constantino

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