Em grave crise fiscal, com problemas que vão de pagamento de folha de pessoal a manutenção dos serviços públicos básicos, ao menos 17 estados brasileiros planejam vender empresas estatais, passar rodovias para administração privada e formatar PPPs (Parceria Público-Privadas) nos mais diversos setores.
O objetivo é gerar liquidez e equilibrar o caixa estatal, atestam os governantes. Também está nos planos a extinção de empresas públicas. Levantamento da Folha aponta que os três estados da região Sul e São Paulo estão em processo mais avançado.
“Os governos esgotaram a capacidade de investimento depois de anos de aumento de custeio da máquina. Resta agora chamar o setor privado para investir”, diz o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, do PSDB.
“O poder público não tem condições de absorver tudo, muitas vezes não consegue nem colocar um médico em um hospital, quem dirá fazer a gestão desses locais”, afirma o secretário-executivo de PPPs do estado, Ramiro Zinder.
No Rio de Janeiro, a gestão Wilson Witzel (PSC) cogita privatizar a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). No Acre, o governo Gladson Cameli (PP) interrompeu um ciclo de 20 anos de gestões petistas e quer se desfazer de várias estatais. Entre elas está a fábrica de camisinha de Xapuri. O empreendimento foi idealizado na gestão de Jorge Viana (PT), como saída sustentável para o abastecimento nacional de preservativos, mas teve a produção interrompida. Fábrica estatal de camisinha, meus caros! Eis o grau de loucura a que chegou o Brasil.
Todos esses projetos, como fica claro, devem andar muito mais por questão de necessidade de caixa e falta de recursos do que por convicção ideológica. Ao contrário do governo federal, que lidera um projeto de privatização por conta da convicção de Paulo Guedes e Salim Mattar (apesar de resistências internas de ministros ou mesmo do presidente), os estados precisam vender suas empresas porque a grana secou.
Não importa tanto o motivo. O mais importante é tirar o estado desses setores, porque a iniciativa privada pode fazer muito melhor, por conta do mecanismo de incentivos. Mais eficiência e menos corrupção, eis o resultado das privatizações. Privatize já!
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