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Os jornalistas em peso criticaram o segundo discurso do presidente Bolsonaro, feito do parlatório, que teria sido, segundo eles, contraditório ao primeiro, o oficial de posse no Congresso. Este falou em união, aquele em impedir a bandeira de se tornar vermelha e livrar o Brasil do socialismo. Ultraesquerdistas como Bernardo Mello Franco, esquerdistas como Elio Gaspari e Miriam Leitão, e moderados como Merval Pereira, só para ficar nos colunistas do GLOBO, todos condenaram o tom “bélico” da segunda fala. Merval escreveu:

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O tom do presidente Bolsonaro no parlatório pode ser explicitado pelos gestos e expressões quase agressivas da tradutora de Libras que fez a tradução para os deficientes auditivos. Foi uma retórica de campanha para os populares, repetindo clichês que provocaram reações de euforia do publico: o direito de defesa, que se traduz na flexibilização do posse de armas, a necessidade de proteger e valorizar os policiais, e a ameaça do socialismo, que transformaria nossa bandeira em vermelha.

Sem dúvida são temas populares, tanto que o público respondeu com refrões e gestos. Os governos socialistas em países da região, todos ligados e até mesmo financiados pelo governo brasileiro, indicam que o projeto estava sendo montado. 

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Mas a ameaça socialista nunca passou da retórica petista, pois não encontrou em nenhum momento dos 13 anos de governo espaços para uma ação mais efetiva. Exacerbar essa possibilidade é o mesmo que faz agora a esquerda, ligando a vitória de Bolsonaro a uma ameaça fascista à democracia brasileira.

A dosagem das palavras, diferentes no Congresso e no parlatório do Palácio do Planalto, leva a crer que o presidente Jair Bolsonaro não pretende abrir mão da retórica de guerra, que tanto agrada a certo eleitor seu. Vamos aguardar que atenda aos demais eleitores, que esperam resultados positivos na construção de uma sociedade sem discriminações, como também prometeu. Quando tratou das ideias e propostas, Bolsonaro saiu-se melhor.

Comparar a ameaça socialista do PT com o “risco fascista” de Bolsonaro é um grave erro do jornalista. Negar que o Brasil efetivamente correu risco de se tornar socialista, uma espécie de Venezuela maior, é fechar os olhos para fartas evidências de que isso este mais perto de acontecer do que gostamos de admitir. Nossas instituições não são tão sólidas assim, e basta pensar no STF para lembrar disso.

Não há contradição nos discursos de Bolsonaro. Se o socialista Bernardo Mello Franco acha que Bolsonaro não desceu do palanque, é porque não entendeu que o povo brasileiro rejeitou nas urnas o socialismo. Não é discurso de palanque; é promessa de campanha! Falar em união em prol do futuro nacional não é antagônico a falar em combater o socialismo. Ao contrário! Essa divisão é necessária para unir o Brasil que trabalha, é honesto e deseja segurança e valores éticos.

Alguém acha que dá para esperar alguma postura decente, republicana e construtiva do PT e do PSOL? Alguém acredita mesmo que é possível dialogar com essa turma para chegar a pontos comuns? Alguém espera algo diferente de uma oposição oportunista, barulhenta, antipatriota e irresponsável vindo dessa turma? Logo, está evidente que quando falamos em unir o Brasil, estamos falando em unir o Brasil que não deseja um destino socialista. Para socialistas não há espaço nessa união, não é possível conciliar interesses e contemporizar com quem flerta com o regime venezuelano.

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Esses jornalistas que em coro desprezam a ameaça socialista estão, no fundo, dando um jeito de defender o petismo e também o PSOL, que admiram sem conseguir esconder muito bem isso. Bolsonaro foi coerente: precisamos de união, e essa união não inclui socialistas que apoiam Maduro.

Rodrigo Constantino