Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal
É improvável que o leitor, nos debates acalorados que se seguem às recentes e sucessivas chacinas protagonizadas por islamistas no Ocidente (mormente na Europa multiculturalista), nunca tenha ouvido alguma pessoa próxima de boa índole (e outras nem tanto) lançar mão do argumento de que “nem todo muçulmano é terrorista”.
Só que o buraco é muito mais embaixo, na medida em que a doutrina islâmica não apenas vai na contramão dos costumes de nossa civilização calcada na moralidade judaico-cristã e nos valores derivados da liberdade individual, como também busca impor a outros credos as exigências de seu próprio código de conduta.
Pior: ela almeja que o aparato estatal aplique seu poder coercitivo para estabelecer a lei da Sharia – exatamente como ocorreu em outros países hoje dominados por esta ideologia nefasta -, e assim passa a demandar do governo instituído tão logo seu número de adeptos supera o de devotos das demais crenças (ou mesmo de ateus) da nação considerada.
Ou seja, o que ocorreu na London Bridge sábado passado é apenas mais um capítulo do esforço histórico de dominação determinado por Maomé em seu leito de morte, em meio a seus últimos suspiros, como derradeiro desejo – a surata 9 do Alcorão: infiéis devem converter-se ao Islam, pagar o zakat (imposto por ter professado outra fé) ou então sentir o frio da lâmina da cimitarra em sua gargantas.
E não adianta depositar esperanças naqueles muçulmanos ditos “moderados” (leia-se: aqueles que não levam tão a sério sua religião, e ignoram especialmente os trechos do Alcorão posteriores à migração do profeta sanguinário de Meca para Medina).
Além do fato de que a maioria deles deixa claro que, por convicção, jamais entregaria às autoridades jihadistas de cujos planos maléficos tivessem conhecimento, não se pode ignorar a circunstância de que este pessoal, muito embora represente a maioria dos islamistas, sente tanto medo daqueles tarados pelas setenta e poucas (eternas) virgens do paraíso quanto nós.
Isto é, eles, muito embora, a princípio, não estejam dispostos a tirar vidas inocentes (e a própria) pela causa, não vão mover uma palha para evitar que a Europa fique cada vez mais parecida com o lugar de onde eles (ou seus antepassados) fugiram – como seu silêncio constrangedor diante dos atentados na Inglaterra que tão bem os acolheu já deixou muito claro, aliás.
Acrescente-se ainda que, a esta altura do campeonato, com diversos países europeus já habitados por extensas comunidades islâmicas, não mais basta, no combate ao terror, ater-se àqueles indivíduos provenientes de países com histórico de produzir homens-bomba (ou homens-van). Muito embora haja clamor por providências como restringir o ingresso naquele continente a políticos, médicos e jornalistas de tais localidades, não há como desprezar o fato de que pessoas com cidadania européia, por vezes lá nascidos e criados, estão se engajando no embate contra nossa civilização.
Neste sentido, Andrew C. McCarthy redigiu um ótimo artigo para a revista digital National Review, cujos principais trechos transcrevo a seguir:
…uma indignada Theresa May anunciou que seu governo estaria liderando esforços para deter e derrotar o “extremismo islâmico” ao redor do mundo. Ela ainda afirmou que este movimento semeia ódio, planta divisões e promove sectarismo, constituindo uma ideologia contrária aos valores ocidentais da democracia, liberdade e direitos humanos, além de ser incompatível com o próprio Islam – uma perversão da religião…
…O que sabe Theresa May sobre o Islam para decidir o que seria sua perversão? Muito pouco, por certo. Caso contrário, ela não usaria a expressão “extremismo islâmico”, a qual é uma grande redundância…
…Se você é um islamista no Ocidente, você é, por definição, um extremista. Um islamista, por definição, é um muçulmano que acredita que o Islam exige a imposição da Sharia – seu retrógrado e totalitário sistema social e código legal.
…A noção de liberdade e democracia do Ocidente assegura aos indivíduos o direito de fazerem o que quiserem de suas vidas. Nós traçamos um limite entre o secular e o sagrado, rejeitando o estabelecimento do Estado religioso. O Islam, a seu turno, não pode aceitar o secularismo em sua sociedade, porque isto implica em abandonar a Sharia e negar os ditames de Alah – ofensa grave denominada apostasia, a qual costuma ser punida com a morte tanto por organizações terroristas quanto por governos de países islâmicos….
…Theresa May não está totalmente errada. Estamos sendo confrontados por uma ideologia, sim: a supremacia da Sharia, a crença de que a lei islâmica precisa ser imposta à sociedade. Limitar nosso foco aos jihadistas violentos é permanecer cegos àquilo que inspira esses jihadistas. Isto é que precisa ser enfrentado, se tivermos estômago para tal.
Este problema, no Brasil, ainda é uma abstração, visto que, muito embora a “religião da paz” seja a que mais cresce por aqui (sem esquecer que “paz”, para o Islam, nada mais é do que a submissão de todos ao Alcorão), seus adeptos ainda não se encontram em número suficiente para causar problemas semelhantes aos enfrentados pelo Velho Mundo atualmente. Mas, por certo, ainda chegará o dia em que precisaremos de um(a) estadista como a Primeira Ministra Polonesa para defender nosso povo sem papas na língua.