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Não temos a primeira “presidenta” americana por culpa do machismo… das mulheres?!

U.S. Secretary of State Hillary Rodham Clinton ajusts headphones at Echo Moskvy radio station Wednesday morning, Oct. 14, 2009. Clinton is wrapping up a five-day tour of Europe on Wednesday with a series of informal meetings in Moscow and the Russian republic of Tatarstan aimed at helping redefine U.S.-Russian relations. (AP Photo/ Alexander Zemlianichenko) (Foto: )

O candidato mais “sexista” do planeta, que teve bombardeio constante da imprensa por conta de suas grosserias com as mulheres, venceu da candidata feminista, que queria ser a primeira “presidenta” americana. Faz sentido? O que aconteceu? Eis o que diz a reportagem da Folha:

Parecia óbvio: com o eleitorado feminino, a vitória da primeira mulher candidata à Casa Branca por um dos grandes partidos americanos seria de lavada. Não foi o caso.

A democrata teve 54% dessa fatia, contra 42% para o republicano, apontaram pesquisas de boca de urna (os dados oficiais ainda não foram divulgados). Um desempenho razoável, e não mais, para a média dos democratas.

Em 2012, Barack Obama foi reeleito com mais: 55% para ele e 44% para Mitt Romney. Quatro anos antes, o democrata virou presidente com 56% da preferência feminina.

Hillary foi particularmente mal com um grupo: brancas sem formação universitária, que escolheram seu rival em peso (64%). Mesmo entre as brancas diplomadas, a performance não foi soberba: 51%.

Claro, vão culpar a “ignorância” das “donas de casa” do interior dos Estados Unidos. São justamente aquelas mulheres que as feministas não conseguiram seduzir, pois encaram o casamento como uma união complementar, não como uma guerra de sexos, a maternidade como uma dádiva, não um fardo, e o aborto como um pecado, não como uma banalidade tal como cortar a unha.

As feministas acham que falam em nome das mulheres, mas não falam. Talvez na elite feminina, para quem as ideias “progressistas” parecem mais bonitinhas (essa coisa de mãe solteira é mais fácil com um séquito de babás do que na favela), o fator sexo tenha pesado. Mas para o povo, esse ilustre desconhecido das esquerdas que falam em seu nome, não poderia importar menos.

Vale notar que mesmo dentro da elite caviar a cartada sexual tinha pouco valor, quando Hillary competia com o socialista ainda mais radical. A atriz Susan Sarandon chegou a escrever, de forma um tanto grosseira (no estilo Trump, quem sabe?), que não votava com sua vagina. Mas claro: uma vez que a alternativa da esquerda se afunilou para alguém com uma vagina, é óbvio que essa característica seria importante na campanha.

Obama chegou a dizer que considerava uma ofensa os negros não votarem em Hillary. Assim é a esquerda “progressista”: coletivista ao extremo, sente-se a única representante dessas “minorias”, que precisam ser encaradas como blocos monolíticos. Não são. Existem mulheres de esquerda e mulheres de direita, negros “liberais” e negros conservadores. Eis algo que essa turma “identitária” precisa absorver o quanto antes.

Pela narrativa esquerdista, Trump venceu porque os americanos ainda são machistas. Na Globo News, Flávia Oliveira, enquanto quase chorava com a derrota de sua candidata favorita, disse que deveriam lançar logo Michele Obama para as próximas eleições. É preciso ter uma mulher! Mas não pode ser uma conservadora, nem mesmo uma como Condoleezza Rice, que é “minoria” dupla, negra e mulher.

Se o resultado tem a ver com machismo (não tem), então eis o que a esquerda teria de concluir: que Hillary perdeu por conta do machismo… das mulheres! Hilário!

Rodrigo Constantino

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