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O jornal O GLOBO pisou na bola. Não por mencionar Marcelo Freixo, do PSOL, como suspeito de envolvimento com os black blocs, pois há várias evidências desta ligação. E o próprio deputado não condenava suas práticas violentas antes da morte do cinegrafista Santiago Andrade, assim como a esquerda caviar que o defende, alguns tendo inclusive endossado abertamente a aprovação ao vandalismo.

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Erra o jornal por ter se colocado na defensiva de forma um tanto covarde, por dar explicações demais e aceitar ser pautado pela patrulha ideológica e organizada de uma minoria barulhenta. A começar por Caetano Veloso, que escreveu em sua coluna de domingo, já rebatida aqui por mim, um texto patético em defesa do camarada socialista e atacando o próprio jornal com teses conspiratórias. À família de Santiago Andrade, nem uma palavra de desculpas por ter sido um black bloc virtual.

Muitos elogiaram a “coragem” de Caetano por bater dessa forma no jornal escrevendo nele mesmo. Ignoram que esta é a postura de O GLOBO, onde também sou colaborador e já teci críticas diretas (inclusive quando o editorial fez um mea culpa absurdo sobre 1964). Trata-se de um jornal que efetivamente pratica o pluralismo, tanto que abriga desde liberais, como eu e Paulo Guedes, até socialistas, como Verissimo e Francisco Bosco.

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Mas quando é para tripudiar do grupo, a esquerda ignora isso tudo e diz que o jornal tem uma só linha, um viés de “direita”, ou algo do tipo. Um jornal de direita que cede espaço para tanto esquerdista? O que a esquerda deseja, como sempre, é a hegemonia plena, nada menos. Não tolera viver com o contraditório, com a diversidade que tanto enaltece da boca para fora.

Voltemos à Freixo. O GLOBO escreveu um editorial enorme ontem, ocupando o espaço tradicionalmente de dois, para se justificar no caso em questão, para dar uma resposta à Caetano. O editorial está bem escrito, os argumentos são sólidos, só não acho que era necessário dar tantas explicações. É colocar a patrulha do barulho em uma posição que não merece.

Não obstante, o jornal cedeu grande espaço para o próprio deputado hoje, em um artigo onde reforça e endurece as críticas contra seu jornalismo supostamente enviesado. Para azar e desespero da esquerda caviar que adora Freixo, logo acima estava minha coluna de hoje, mostrando justamente a hipocrisia dessa turma, o monopólio da virtude, as contradições e a revolta seletiva.

Para adicionar insulto à injúria, a rádio CBN, do grupo, divulgou duas vezes, em menos de 20 minutos, uma grande reportagem cobrindo um evento de desagravo ao deputado ontem no Rio, que reuniu, atenção!, 200 gatos pingados. Pode ter sido erro da rádio, mas eu estava preso no trânsito e tive que escutar a mesma matéria duas vezes em curto espaço de tempo.

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O evento dizia que “todos têm ligação com Freixo”, e ainda criticava projeto de lei que tenta dificultar a ação criminosa dos mascarados, os quais Freixo nega qualquer envolvimento. Lá estavam os de sempre: Caetano, Gregorio Duvivier, Thaila Ayala, Luiz Eduardo Soares, Julita Lemgruber, etc. Um grupelho de 200 pessoas merece tanta exposição na mídia? Se eu soubesse, reunia agora mesmo umas 500 pessoas para um protesto contra Freixo e o PSOL. Terei a mesma repercussão na CBN?

A verdade é que a patrulha não aceita colocarem em xeque seu novo ídolo, o herói de ficção do filme “Tropa de Elite”. Mesmo quando há indícios claros de ligação com os black blocs, a começar pelo assessor próximo cuja ONG presta serviços jurídicos aos marginais.

O GLOBO poderia, em vez de recuar, explorar a presença de um terrorista comunista entre os membros fundadores do PSOL, que tal? Poderia, também, falar mais do apoio que o partido deu ao outro terrorista comunista, o italiano Cesare Battisti. Ou poderia falar dos elogios do PSOL ao modelo da Venezuela. Será que depois disso tudo a turminha vai continuar chocada com uma simples proximidade entre PSOL e black blocs?

A esquerda caviar adora o socialismo e odeia a GLOBO, mas na verdade odeia o socialismo e adora a GLOBO. Tudo que mais quer é aproveitar as benesses que só o capitalismo pode oferecer, e sonha em ter uma música veiculada em novela da emissora, ou ter uma peça de teatro ou um filme criticados favoravelmente no jornal. São só aparências.

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E arranharam, com fatos e evidências, as aparências de um ícone da turma. Isso ela não pode aceitar!

Rodrigo Constantino