Por Heitor Machado, publicado pelo Instituto Liberal
Desculpem a notícia um pouco antiga, mas o assunto não pode acabar enquanto não pararmos de idolatrar a mediocracia.
A neurocientista Suzana Herculano abandonou o Brasil em 2016 em busca de uma universidade americana. Em suas palavras: ” Não importa o quanto um cientista produza, o quanto se esforce, quanto financiamento ou reconhecimento público traga para a universidade – o salário será sempre o mesmo dos colegas que fazem o mínimo necessário para não chamar a atenção”. Esse trecho remete bem ao nosso atraso acadêmico, e por consequência científico.
A cientista buscou refugio em uma universidade americana onde será valorizada e terá os incentivos certos para desenvolvimento das suas descobertas. Além de, é claro, financiamento da pesquisa.
Os americanos já sabiam desde o início da colonização com o estabelecimento da Colônia da Virgínia que ao premiar igualmente quem trabalha diferente, você cria um incentivo ruim para que todos trabalharem o mínimo possível. Há relatos da época que narram pais obrigando filhos a trabalharem para que eles pudessem cair de bêbados. Nessa época, a coroa inglesa proibia o acúmulo de capital e a propriedade privada. O resultado foi a fome, a miséria e até casos de canibalismo. Com a mudança dos incentivos, um novo administrador sugeriu que cada produtor pudesse trocar sua produção com os outros. O resultado foi o dia de ação de graças. Tamanha bonança, os peregrinos decidiram agradecer ao Criador pela fartura.
No Brasil dos anos 2000, temos outros incentivos. A incredulidade no sucesso faz com que cientistas como Suzana, empresários, pensadores e trabalhadores busquem outros ares. O Brain Drain (fuga de cérebros) é inevitável. Já batemos recordes de imigração, principalmente das pessoas mais qualificadas, que buscam mais segurança e um maior retorno do que entregam.
Até quando iremos condenar os melhores?
Aos mais necessitados, que obviamente tem menos oportunidades já que aqueles que poderiam criar oportunidades estão indo criá-las em outros lugares, ficará apenas promessas de um futuro melhor.
A liberdade precisa de uma chance no Brasil.
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