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No rastro da Lava Jato: renovação recorde, caciques destituídos e bancada de direita
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Alguns formadores de opinião estavam apavorados com as consequências da Lava Jato: o clima era propício para um autoritarismo purificador, com a população clamando por intervenção militar e virando as costas para a política em si. Mas o que vimos como resultado das urnas neste domingo foi algo bem diferente: o povo usou a própria política para dar um recado aos políticos profissionais e corruptos.

Tivemos a maior renovação do Congresso em duas décadas, e vários nomes de peso ficaram de fora, sem cadeira na Câmara. Caciques que viviam da política há décadas se viram destituídos de seus privilégios da noite para o dia. Nomes que certamente se consideravam acima do bem e do mal vão ter que se adaptar à vida de pessoas comuns agora.

O MDB sofreu enorme baixa, mostrando que o fisiologismo foi atacado pela população. O PT ainda tem a maior bancada, mas caiu bastante também, e Dilma foi rejeitada. Como argumentou Merval Pereira, o pleito rechaçou a “tese” de golpe e mostrou que a maioria do povo não quer saber de “Lula Livre” e demais baboseiras. A bancada do minúsculo PSL se tornou a segunda maior, mostrando a força incrível do bolsonarismo. Diz Merval:

O plebiscito foi não só em relação ao impeachment da Dilma, mas também em relação à prisão do Lula e à atuação da Lava-jato. Dos inúmeros significados desta eleição, um deles, por seu simbolismo, chama especial atenção: a ex-presidente Dilma teve a sua candidatura ao Senado recusada pelos eleitores mineiros, que tiraram-lhe os poderes políticos que foram mantidos por uma interpretação fajuta da Constituição avalizada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski. E a advogada Janaína Paschoal, co-autora do pedido de impeachment, foi a deputada mais votada da história.

De forma clara e plebiscitária, a tese do golpe foi rechaçada. O povo chancelou o impeachment da Dilma e enterrou a narrativa do golpe.

Além disso, como destacou o Estadão em sua capa hoje, formou-se finalmente uma “bancada de direita”, com vários liberais e conservadores de peso que adotam um discurso contrário ao establishment esquerdista. Isso é novidade no país, e enche de esperança aqueles que lutam há anos pela causa liberal. Outra narrativa derrubada foi a feminista: essa mesma direita “machista” deu votos recordes para mulheres, como Janaina Paschoal, advogada do impeachment de Dilma, e Joice Hasselmann, ligada a Bolsonaro também.

Caciques derrubados, renovação recorde, mulheres conservadoras eleitas, bancada liberal: não é para lamentar. O clima contra políticos tradicionais e corruptos não levou a um autoritarismo, mas sim a uma limpeza grande no Congresso. A pusilanimidade cúmplice dos tucanos foi duramente punida nas urnas, e o PSDB foi um dos partidos que mais perderam espaço. O bolsonarismo mostrou a força da reação ao lulopetismo. Um grito contra a corrupção, a degeneração moral e a asfixia estatal em nossas vidas. E isso é só o começo!

Rodrigo Constantino

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