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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

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Não é a primeira e provavelmente não será a última vez que criticarei a bizarra ideologia de gênero. Em 2014escrevi um texto criticando o que reputei ser uma “evolução” dessa ideia: a ideologia de raça, onde, em breve, haveria quem alegasse a possibilidade de se declarar transracial.

Se essa conclusão já me parecia ridícula, sendo mais uma ironia que uma afirmação propriamente dita, a realidade superou as fantasias mais extraordinárias. Em matéria do jornal O Globo, um sujeito, que seria uma mulher transgênero, resolveu remover orelhas e nariz para virar um dragão.

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Não se trata aqui do jocoso apelido dado às mulheres muito feias, até porque ele é nascido homem, mas sim do animal lendário de histórias de faz-de-conta. O sujeito quer se transformar em dragão e ser conhecido como dragão.

De cara imaginei se tratar de um caso de “transespécie”, onde o sujeito é de uma espécie, mas se sente de outra, tal como ocorre nos casos de ideologia de gênero. Não custa lembrar, o uso do termo “gênero”, de um ponto de vista biológico, para fins dessa construção filosófica, é equivocado, pois gênero, na tabela taxonômica, é um conjunto de espécies que partilham um conjunto muito alargado de características morfológicas e funcionais e uma proximidade filogenética muito grande, refletida pela existência de ancestrais comuns muito próximos (retirado do Wikipédia). O nome certo para essa teoria maluca transexual deveria ser “ideologia de sexo”.

Essa questão me fez recordar as aulas de taxonomia do colégio, e vi que, na hierarquia, nós temos domínio, reino, filo, classe, ordem, família, gênero e só então espécie. Classifiquei dragões como lagartos, já que dragões são seres imaginários (salvo o dragão de Komodo, que não é um dragão de verdade).

Esse dragão seria do mesmo reino que os humanos, o reino animal, e do mesmo filo, os vertebrados. É na classe que ocorre a distinção entre dragões e seres humanos, o que faz do nosso amigo um “transclasse”, não confundindo classe, nesse caso, com o conceito de classe marxista, que é outra completa loucura.

O que se pode resumir desse caos é que, a partir de agora, se uma pessoa quiser se sentir não-humano, para os esquerdistas isso será normal e aceitável, afinal, assim como o sexo é uma construção social para essa gente, a taxonomia também deverá ser. De forma a nos poupar para saber de que ideologia se trata, se ideologia de sexo, espécie, gênero, família, ordem, classe, filo, reino ou domínio, melhor resumir tudo e chamar de “ideologia de táxon”.

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Quem quiser ser outro animal, que seja! E para quê ser um animal, se você pode ser um vegetal? Por que não mineral? Fungi, talvez? O mais importante é ser feliz, mesmo tendo identidade de fungo.

Nota do blog: O South Park já ridicularizou essa palhaçada toda num episódio sobre a “dolphinoplasty”, com um sujeito que resolve virar um golfinho. Quanta bizarrice na era moderna em nome da “liberdade”, meu Deus! Vejam aqui.