Caro leitor, deixo uma pergunta no ar para sua reflexão: por que só se escuta notícia ruim quando o assunto é Israel? Por que há um viés na grande imprensa que adora pintar o estado de Israel como “malvado” e nunca concede espaço para as incríveis inovações produzidas naquele pequeno grande país?
Por exemplo: sabe aquele Waze que você adora usar em lugar do velho GPS, pois se trata de um impressionante aplicativo completo que mostra até um carro parado no acostamento? Israelense. Como ele, milhares de outras coisas úteis vieram de Israel, o país mais inovador em tecnologia do mundo na atualidade.
Estou lendo o livro Start-Up Nation, de Dan Senor e Saul Singer, que conta a história desse sucesso – ou seria milagre? – econômico do pequeno país submetido à vizinhança mais hostil que existe, em terra pouco fértil e sem água ou petróleo. Mais sobre isso depois, quando eu terminar a leitura.
Mas deixo alguns dados já: Israel possui mais companhias listadas na Nasdaq do que todos os países europeus juntos; em termos absolutos, Israel, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, atraiu mais de US$ 2 bilhões em “venture capital”, tanto quando o Reino Unido, com mais de 60 milhões de habitantes; Israel dobrou sua situação econômica em relação aos Estados Unidos enquanto multiplicava sua população por cinco e lutava três guerras; as principais empresas de tecnologia do mundo possuem seus centros de pesquisa em Israel.
O livro tenta explicar esse fenômeno impressionante. Aqui, quero apenas perguntar, sem ofender, por que raios nada disso chega aos seus olhos, estimado leitor. Duvida? Então veja essa notícia recente, da área medicinal, de interesse do mundo inteiro:
Não há dúvidas que o câncer é uma das doenças mais cruéis do mundo. Por décadas, os cientistas vêm tentando encontrar uma cura para o câncer, uma doença terminal que mata 8 milhões de pessoas no mundo todo a cada ano. Com 14 milhões de novos casos de câncer diagnosticados em todo o mundo a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a necessidade de prevenção é vital. Agora, uma empresa israelense de biotecnologia está desenvolvendo uma vacina para o câncer, que não é concebida para tratar a doença – mas para impedi-lo de voltar.
A Vaxil BioTherapeutics, com sede em Nes Ziona, Israel, passou mais de meia década desenvolvendo a ImMucin, uma vacina profilática contra o câncer, que pode desencadear uma resposta em aproximadamente 90% de todos os tipos de câncer, de acordo com a empresa.
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A ImMucin trabalha estimulando uma parte do sistema imunológico e ensinando-o a atacar certas células com certos marcadores que indicam a presença de câncer. Quando o medicamento é introduzido durante uma fase inicial do câncer, a esperança é de que enquanto o câncer de um paciente recua, o sistema imunológico é treinado adequadamente para saber quais células destruir e com quais não interferir.
Esta resposta imunológica foi consistente ao longo dos testes clínicos da Vaxil com a vacina ao longo dos últimos anos. A empresa realizou testes exclusivamente em pacientes com mieloma múltiplo até janeiro de 2014, quando iniciou os testes em pacientes com câncer de mama.
Pergunto novamente: não caberia uma chamada no jornal? Será que não é interessante o suficiente para ganhar destaque ao menos nos cadernos de ciência dos principais jornais? Por algum estranho motivo, a única coisa que parece despertar o interesse da mídia em relação a Israel é a morte de palestinos, após terroristas levarem ao limite a paciência da população e seu governo precisar reagir.
Mas Israel tem muito mais para mostrar ao mundo. É uma grande incubadora de empresas de inovação tecnológica, inclusive na área medicinal. Enquanto muitos de seus vizinhos vivem pensando na morte ou na destruição, Israel está trabalhando duro para tornar este um mundo melhor. Para todos. Inclusive seus detratores.
Rodrigo Constantino