A julgar pela imprensa, pelos “intelectuais” e pelos artistas engajados, a homofobia é uma das maiores ameaças do mundo. No Ocidente! Sim, nossa civilização judaico-cristã, formada, segundo os “progressistas”, por uma mentalidade patriarcal e machista e dominada pelo homem branco, representa um enorme e constante perigo para os gays.
São Francisco, Rio de Janeiro, Tel Aviv, Las Vegas, Pelotas: deve ser terrível ser gay nesses locais, pelo que vemos na mídia. O homossexual corre o risco de ser espancado na rua a qualquer momento, não consegue empregos, é ridicularizado pelas novelas e jamais poderia organizar uma Parada Gay, ainda mais uma que contasse com recursos públicos, não é mesmo? Ops!
Por outro lado, não vemos os movimentos LGBTXYZ muito atuantes na condenação da homofobia onde ela realmente existe, e onde se torna inclusive leis ultrapassadas que chegam a punir com a morte a inclinação sexual do indivíduo. A barbárie, que ainda existe entre nós, não é exposta, por um motivo simples: ela reside em países africanos e muçulmanos, o que não rende pontos na hierarquia politicamente correta.
Não dá para colocar o homem branco judeu ou cristão como o principal culpado, como o malvado da história, então melhor ignorar. Atacar ditaduras africanas sob o comando de negros ou regimes opressores sob o comando do Islã não pega nada bem nas rodas “progressistas”, e não vai gerar aplausos dos “inteligentinhos” em jantares regados a vinho chileno. Então pro inferno com a realidade!
Nessa breve entrevista publicada hoje no Globo, Daniel Borillo, jurista francês que foi ao Rio participar de um seminário sobre direitos humanos, tocou a real, coisa rara nesse meio:
Nossa sociedade viveu uma evolução enorme na questão LGBT. Em 20, 30 anos, passamos da penalização da homossexualidade para a penalização da homofobia em quase todos os países ocidentais. Lamentavelmente, nos países da África Subsaariana e do Oriente Médio, aconteceu o contrário. Nos últimos dez anos, os governos populistas e as ditaduras africanas colocaram a sodomia no Código Penal. A mesma coisa aconteceu no Oriente Médio e com a perseguição do Estado Islâmico. Temos um grande avanço em algumas sociedades, mas em outras há uma censura radical: nove países têm pena de morte para homossexuais.
[…]
Os regimes machistas da África Subsaariana que têm uma iconografia masculina do guerreiro podem ter por trás uma homossexualidade enrustida ou latente insuportável. Quando você vai nesses países, o discurso oficial é de que não existe homossexualidade lá. Eles dizem que é algo que vem de fora, importado da Europa, e que não existe nas tradições deles. É exatamente o contrário. Na tradição africana, existiam divindades ambíguas integradas à cultura africana ou pré-colombiana. Os governantes sabem disso e utilizam a perseguição como discurso político populista, como forma de acerto de contas entre partidos rivais, o que é muito grave, e também para desviar o foco de uma medida impopular.
Deve ser terrível ser gay fora do Ocidente, não é mesmo? Por isso a Europa chega a oferecer asilo a homossexuais que vivem nesses países africanos ou islâmicos. Mas não vamos cobrar coerência da esquerda, pois o socialismo tem um só denominador comum: demonizar o próprio Ocidente e o homem branco cristão ou judeu, a representação de toda a sua opressão histórica.
Já apontei essa contradição em artigos passados, e o deputado do PSOL, Jean Wyllys, chegou a escrever uma tentativa de resposta. O que ele disse? Que a homofobia e o preconceito existentes nesses locais foram levados pelo homem branco! Sério: há ampla liberdade para gays na Califórnia, mas a culpa da homofobia no Irã e na África é… do californiano! Ou melhor: do texano, que fica mais palatável para a GNT people.
Seria cômico, não fosse trágico. E que as feministas não fiquem assanhadas, pois o mesmo tipo de gritante contradição acontece em seus próprios movimentos. A julgar pelas feministas, o Ocidente é um antro de machismo opressor, enquanto o mundo muçulmano é “fofo”, como o africano. Deve ser por isso que as mulheres na Arábia Saudita estão celebrando apenas agora o simples direito de dirigir!
Fujam do Texas, gays e mulheres! Saiam já de São Paulo! Afinal, como viver numa cidade com tantos evangélicos que falam em “cura gay”? Procurem abrigo na África ou no Oriente Médio, à exceção de Israel. O problema não está na civilização ocidental?
PS: Sobre a tal “cura gay”, já me manifestei, lembrando que o direito de buscar tratamento por questões sexuais deve ser sempre do indivíduo. Mas o ponto essencial aqui não é se a homossexualidade é doença ou não, se tem cura ou não, e sim o viés ideológico dos “progressistas”. Por isso fecho com essa mensagem importante:
Se até mesmo Antonio Palocci, da cúpula do poder petista, já sabe que o PT é uma seita e Lula é um criminoso, ninguém mais pode dizer o contrário. Estabeleceremos então a data de 31 de junho como o “Dia do petista honesto”, em homenagem ao recibo que Lula mandou para a Justiça do aluguel que “recebeu”. Como disseram, “o proprietário fantasma recebeu da inquilina defunta em um dia que não existe”. É a cara do PT!
Rodrigo Constantino
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