O número de policiais assassinados no Estado do Rio este ano chegou a 43 na quarta-feira. Em 12 horas, cinco PMs foram baleados, sendo que dois não resistiram aos ferimentos. A vítima mais recente foi o sargento Eduardo Araújo de Souza, de 37 anos, morto por um bandido na manhã da quarta, na pista sentido Centro da Avenida Brasil, na altura da Cidade Alta. O sargento estava acompanhado da mulher e de outro PM, o soldado Pedro Ambrosini Monteiro Coelho, de 38 anos.
Os militares, lotados no Grupamento Aeromóvel, em Niterói, estavam a caminho do trabalho quando foram surpreendidos por Wagner Resende, de 22 anos. O criminoso, armado, saiu de uma mata e tentou roubar o carro de Eduardo. O soldado reagiu, atirou e atingiu o bandido no abdômen. Mesmo baleado, Wagner disparou e acertou o sargento, que morreu no local. A mulher de Eduardo e Pedro Amborsini não ficaram feridos. O bandido foi socorrido no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde permanece internado. Seu estado de saúde é estável. De acordo com a PM, já havia um mandado de prisão contra ele, por roubo.
Na terça-feira, um oficial lotado no Batalhão de Choque também morreu ao reagir a um assalto em Vila Isabel. O tenente Márcio Ávila Rocha, de 30 anos, estava em sua moto, na Rua Gonzaga Bastos, quando foi abordado por dois criminosos em outra motocicleta. O PM trocou tiros com a dupla, acabou atingido por três disparos e não resistiu aos ferimentos. Os ladrões conseguiram fugir com o veículo da vítima, que foi sepultada na quarta-feira, no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
Especialista em segurança pública, a socióloga Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes (CESeC), acredita que falta uma discussão sobre a proteção do policial fora de serviço. Para ela, os militares podem estar reagindo antes mesmo de serem identificados como agentes de segurança:
— Cada fato desse produz uma sensação de derrota para a sociedade. O comando da corporação está sendo pouco pró-ativo numa orientação para os policiais fora de serviço. Um policial sozinho, à paisana, diante de criminosos, com certeza vai reagir, e a chance de ele morrer é muito grande.
Não é fácil ser policial no Rio. O ofício coloca a pessoa em constante risco num estado que parece viver numa guerra civil velada. O salário é baixo. Não obstante, o policial ainda precisa conviver com um ataque à honra por parte dos artistas, “intelectuais” e todos que compõem a esquerda caviar, que trata a polícia como “fascista” e defende os bandidos como se fossem “vítimas da sociedade”. As ONGs de “direitos humanos” só se importam com as mortes dos marginais, nunca dos policiais. É complicado.
Só para se ter ideia, o número de assassinatos no Rio é similar ao da morte de policiais nos Estados Unidos inteiro. Mas tem um “pequeno detalhe”: essas mortes incluem todas as causas, inclusive as naturais, os acidentes, as doenças. Eis os dados para 2016:
Line of Duty Deaths: 45
Aircraft accident: 1
Animal related: 1
Automobile accident: 7
Gunfire: 19
Gunfire (Accidental): 1
Heart attack: 3
Motorcycle accident: 3
Struck by vehicle: 2
Vehicle pursuit: 1
Vehicular assault: 7
Ou seja, mortos por ataques armados e troca de tiros só 19, no país inteiro! Sendo que os Estados Unidos possuem 300 milhões de habitantes. O Rio é ou não uma selva?
O policial americano, além disso, goza da alta estima da população em geral. É verdade que a esquerda americana vem em campanha para mudar isso, tentando criar uma narrativa no estilo da nossa. Os policiais seriam preconceituosos, racistas, agressivos, repressores, assassinos de afrodescendentes. Mas esse discurso não cola tanto por aqui. A população sabe que pode e deve confiar em sua força policial.
Se falarmos dos salários, então, é covardia. Eis os ganhos anuais médios de 2010:
The U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics, according to its Occupational Outlook Handbook, 2012-2013 Edition, reports the median Florida law enforcement salaries as of 2010 to be as follows:
- Supervisors of Police and Detectives: $70,540
- Detectives and Criminal Investigators: $62,270
- Police and Sheriff’s Patrol Officers: $54,050
Alguns xerifes chegam a ganhar $100 mil anuais! Com mais de $50 mil por ano o sujeito leva uma vida bastante digna aqui. Aliás, a renda per capita está em torno desse valor mesmo. O policial pode ter dois carros decentes na garagem, uma casa boa, oferecer lazer para sua família e colocar seus filhos em boas escolas públicas. Compare essa qualidade de vida àquela dos nossos policiais fluminenses. Atenção: esse salário dá quase R$ 20 mil por mês!!! Quem ganha isso no Brasil?
O pior de tudo é que nossos policiais, apesar dessas diferenças gritantes, ainda são obrigados a escutar os “intelectuais” de esquerda atacando não só a própria polícia como o estilo de vida americano, o capitalismo liberal, o “imperialismo ianque”. Vai ver bom mesmo é ser trabalhador de classe média no Brasil. Ou melhor: policial na tranquila e pacata “cidade maravilhosa”. É dureza…
Rodrigo Constantino
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