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O chicote do populismo latino-americano

Por Pedro Vitor, publicado pelo Instituto Liberal

O Populismo pode ser entendido como o poder de conduzir as massas conforme a conveniência daquele que o possui. É um termo muito utilizado, embora muitas pessoas não conheçam suas reais implicações, sobretudo na América Latina. Como estratégia política, o populismo foi e ainda é muito utilizado por aqui. Trata-se do uso de todo o tipo de argumento apelativo e irracional voltado ao convencimento das massas que costumeiramente são conduzidas através do sentimento e não da razão. Embora, muitos o defendam alegando que é a forma mais eficiente que a democracia encontra para colocar no poder governantes que sejam sensíveis aos apelos das massas populares. Na verdade, aqueles que possuem inclinações populistas, quando ocupam altas posições no Estado provocam uma completa degeneração da Democracia tornando-o um regime puramente demagógico. Eles não nutrem apreço algum pelo espírito democrático e pelo império da Lei fundamentais à manutenção das liberdades políticas e individuais.

A origem do populismo, sobretudo no Brasil, está intimamente ligada à dissolução das oligarquias rurais, ao processo de urbanização das nações latino-americanas, bem como a ligação com outras ideologias como, por exemplo, o trabalhismo e o nacionalismo oriundos da revolta das nações latino-americanas com a suposta exploração do mundo desenvolvido. Isto ocorre nos casos de Juan Domingo Perón, Getúlio Vargas, mais recentemente com Néstor e Cristina Kirchner na Argentina, Hugo Chávez na Venezuela, e Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. Em alguns casos, o populismo também se encontra ligado à defesa “da moral” e “dos bons costumes” como no caso de Jânio Quadros que sempre usou dessas pautas completamente vagas frente aos seus adversários políticos.

Por óbvio, sempre que se elege um líder populista se coloca em jogo o futuro inteiro de uma nação. Eles estão constantemente interessados em políticas com resultados de curto prazo, devido a sua notória irresponsabilidade com o dinheiro dos contribuintes, se importam apenas com as curvas de popularidade, em detrimento do futuro das nações.

Aristóteles descreve o Estado como um organismo moral, dessa maneira, um líder carismático, mas irresponsável e com qualidades morais duvidosas só traria dissabores a aqueles que ele governa. Ademais, para o líder populista, pouco importa seguir o ordenamento jurídico ou respeitar e preservar os direitos individuais. Em um país em que o populismo impera, as instituições vivem em uma situação completamente crítica, pois são totalmente submetidas à irracionalidade das multidões porque ela se torna senhora suprema dos negócios públicos. Lançando por terra toda e qualquer noção de Estado de Direito, grande parte das outras instituições constituídas pelo homem ao longo de eras de organização social e as que sobreviveram aos testes impostos pela história.

O cenário atual ainda não é dos melhores, mesmo com a queda do populismo na Argentina. A conjuntura na América latina continua preocupante, o ranço anticolonialista e o antiamericanismo latente em todos esses populistas ilustram um pitoresco processo de dominação. As nações não conseguem deixar de lado toda essa defesa de chavões e slogans nacionalistas, O povo não se convence, apesar das fartas evidências de que o inimigo que impede o seu desenvolvimento e perpetua sua pobreza se encontra dentro do Estado. Ele o está usando como extensão de seus quintais para tirar proveitos pessoais e por em pratica projetos escusos.

Enquanto a população latino-americana não tomar consciência dessa realidade o chicote dos “novos caudilhos” vai continuar estalando e colocando todas as classes de joelhos: dos operários ao empresariado, dos artistas aos banqueiros. Com exceção das elites politicas mandantes e seus amigos, todos, naturalmente, continuaram em sua posição de subserviência ano após ano.

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