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O chocante não é um menino de dez anos ser baleado pela polícia, e sim ATIRAR contra o policial

Fonte: VEJA (Foto: )

As almas “progressistas” adoram odiar a polícia “fascista” e demonstrar todo seu apreço pelos bandidos, especialmente os “di menor”. O caso do garoto de apenas dez anos que morreu após troca de tiros com a polícia paulista, portanto, foi um prato cheio para os abutres vermelhos. “Onde já se viu? Essa polícia é cruel, assassina, matou uma criança, um garoto com apenas 10 anos!” Haja paciência…

O chocante, nesse caso, não é o policial ter atirado e acertado no pequeno marginal, e sim o fato de um garoto com apenas dez anos ter uma arma, ter roubado um carro, e ter disparado contra o policial quando abordado em fuga. O policial fez o certo, agiu como deveria, conforme as leis e sua missão de preservá-las. Sob ataque, reagiu, e acabou matando o delinquente.

Mas como nossos valores andam bastante invertidos, foi preciso se justificar, pois pelo visto o policial deveria ter levado tiros sem reagir se percebesse ser uma “criança” do outro lado:

A titular da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), Elisabete Sato, afirmou nesta sexta-feira que o policial que atirou e matou o menino de dez anos não viu que se tratava de uma criança. O menor, suspeito de invadir um condomínio de luxo e furtar um carro, estava dentro do veículo na hora em que foi alvejado na cabeça. O policial atirou no vidro que tinha película escura. O caso aconteceu na noite desta quinta-feira na Zona Sul de São Paulo.

“O carro era (sic) ‘insulfilmado’. Então, os policiais não tinham como saber se havia uma ou duas pessoas no interior do veículo. O vidro estava fechado”, disse a delegada. Ela afirmou que o policial teria disparado porque o menino fez, antes, disparos de dentro do carro contra os policiais.

Então quer dizer que mesmo que o policial soubesse se tratar de uma criança não deveria reagir? Não importa se o vidro era escuro ou não. O policial estava diante de um bandido que reagiu e atirou. Ele tinha o direito inalienável de se defender e a obrigação legal de reagir. Explicar aos meus vizinhos americanos que o Brasil fica chocado com o fato de um policial reagir só porque era um menor de idade do outro lado é algo impossível: não vão entender.

Podemos lamentar o fato de um moleque tão novo enveredar pelo crime, mostrar que a Lei de Desarmamento é uma piada, constatar a decadência de nosso modelo de “educação”, pontuar que os valores familiares dilapidados criam monstrinhos, tudo isso. Mas não podemos condenar, nem por um segundo sequer, a conduta do policial. Ele tinha que atirar de volta mesmo. Estava diante de um bandido reincidente ainda por cima:

Segundo o DHPP, a dupla já tem passagens pela polícia, por roubo a um hotel e outra por tentativa de furto de carro. A última ocorrência foi registrada no dia 28 de maio deste ano.

Além disso, o menino morto tinha três registros por fugir de abrigos. “Temos que entender que há uma questão social muito grave aqui”, afirmou a delegada.

Segundo a Polícia Civil, a arma apreendida com o garoto, um revolver calibre 38, havia sido roubada de um caminhão de carga, em Jundiaí, no interior de São Paulo. A delegada também afirmou que o menino tem uma “família desustruturada”. A mãe já foi presa e o pai está encarcerado pelos crimes de tráfico de drogas, falsidade ideológica e furto.

Famílias destroçadas, valores invertidos, drogas, impunidade: essas são as principais causas do problema. O resultado está aí: marginais cada vez mais novos, ousados, destemidos, colocando vidas inocentes em perigo. É triste observar a tenra idade do marginal, claro. Mas era alguém disposto a matar um pai de família. Dificilmente teria salvação em nossas instituições “corretivas”. Era um retrato da falência de nosso país. Procurou e encontrou um trágico destino pela frente.

Entendo quem sinta que poderia ajudá-lo com carinho e amor, quem o veja como “vítima”, mas ele já tinha feito suas escolhas, ainda que sob terrível influência de seu entorno. Há meninos de dez anos em favelas tentando ser alguém na vida, estudando, aprendendo a tocar instrumentos musicais, fazendo as escolhas certas, apesar de tudo. São esses que precisam ser valorizados, enaltecidos. Não aqueles que optaram pelo caminho do crime, da barbárie, e colheram aquilo que plantaram.

Ficamos tristes ao ver uma pessoa tão jovem acabar assim. Mas seria muito pior se pais de família inocentes, se outras crianças fossem suas vítimas fatais num eventual assalto. Ele fez suas escolhas, e precisamos cobrar dos indivíduos a responsabilidade por seus atos. É o que está faltando mais em nosso país.

Rodrigo Constantino

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