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O complexo de vira-latas do povo brasileiro e o narcisismo às avessas

Por Sergio Renato de Mello, publicado pelo Instituto Liberal

Fico preocupado com a nossa imagem refletida no espelho, ou melhor, com o que acharmos dela; não necessariamente que essa imagem seja boa ou má, feia ou bonita, pois existe algo de mais valioso ontologicamente do que a estética. A minha preocupação, quando o que vem nele refletido é feio, é essa: a de culparmos o espelho. Além disso, a preocupação é dúplice, porque ao culparmos o espelho nossa autoestima estará muito alta a ponto de não mais estarmos podendo identificar nossos defeitos, nos identificando com um certo narcisismo invertido e dissimulado. Aliado ao fato de que, assim encobrindo nossas próprias misérias, estaremos camuflando o que tem de pior em nós, que é a falta de fé em nós mesmos. As consequências desse estado de coisas digo mais do que culturais (porque para mim tudo resulta ou tem origem no espiritual ou ausência dele) são as linhas que seguem abaixo como ponto de partida para esse menos do que ensaio, um texto, sobre um pouco ainda da cultura brasileira.

Nelson Rodrigues já tinha sinalizado um ponto que identifica o povo brasileiro quando da derrota da seleção brasileira para o Uruguai. Dali em diante, disse o dramaturgo, o povo brasileiro não viu mais esperança no futebol, tendo ele chamado isso de complexo de vira-latas ou viralatismo. Mas, o que é mais ainda importante, e que tem conexão com o presente texto, é a sua afirmação de que o problema do povo do brasileiro não se restringe ao futebol: é de fé em si mesmo. Ou seja, a baixa autoestima.

Essa fé em si mesmo que o dramaturgo disse não ter o povo brasileiro até certo ponto contrasta com o que vem sendo demonstrado diante de crises e também em meio ao nível de esforço braçal dos mais pobres. Afinal, parece ser quase que um adágio popular o fato de que o povo brasileiro, apesar dos pesares, é um povo trabalhador e sofrido. Entendo eu que isso não infirma os dizeres do escritor. Muito pelo contrário, o corrobora. Não que o trabalho não seja a nossa marca e que não há esforço pessoal. Apenas que nossa identidade deveria derivar de um esforço cultural de mudar, que implica até mesmo em parar de trabalhar um pouco para refletirmos sobre nós mesmos. Deixar o tempo passar com o trabalho é fácil. De resto, o que sobra é pura repetição do senso comum estagnante, algo que nos interessa e bastante, já que o lado mais humano de ser força e torce para que tudo termine em sombra e água fresca em cima de uma rede.

Fiquei impressionado com o que relatou Charles Darwin a respeito de nossa querida gente quando passou por aqui: “Os brasileiros, até onde posso julgar, possuem apenas uma pequena fração daquelas qualidades que conferem dignidade à humanidade. Ignorantes, covardes e indolentes ao extremo. Hospitaleiros e bem-intencionados até onde isso não lhes causa qualquer problema. Moderados, vingativos, mas não briguentos (…). Não é preciso muita fisionomia para ver plenamente estampados em seu rosto a dissimulação perseverante, a sensualidade e o o orgulho.” (Rodrigo Constantino, Brasileiro é otário?: o alto custo de nossa malandragem. 1ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2016, p. 12). Tal impressão é duro de se ler, ainda mais quando tendo partido de um cientista e de uma pessoa influente como ele.

Somos obrigados e ficar no comodismo ou a mudança parte de uma escolha pessoal? Nossa imagem é apenas o reflexo num espelho quebrado, que só reflete um certo contentamento aviltado, um certo narcisismo revertido e dissimulado, aliado a um paternalismo de desgraça que retroalimenta tudo isso?

Com escusas minhas, mas nossa história nos conta que a resposta do povo brasileiro é uma só e em uma só voz: a culpa é do espelho quebrado.

Tomo como ponto de partida, para responder aquelas perguntas, certo pessimismo com relação a certas culturas de vanguarda ou modernas, que acreditam num futuro promissor, de teoria ou ideológico, para todo mundo. Não que não acredito que o mundo não possa mudar, mas apenas que as mudanças devem partir de dentro e não de fora, não de criações teóricas que até hoje só fizeram perder vidas. E, para isso, o pessimismo é de extrema importância para uma certa compreensão e, consequentemente, até mesmo de um certo crédito. Não o pessimismo típico de nosso povo, aquele agudo e destrutivo, que vem junto com o ceticismo, que não acredita em nada que não esteja concretamente na sua frente. Mas o pessimismo que tem o seu crédito desviado do senso comum e luta para que tudo mude, apesar do descrédito na utopia que todos torcem para que seja verdade idealizada. Ser preconceituoso, nesse caso, é ser o contrário de Descartes, que criou toda uma geração de filósofos ideólogos da dúvida sobre tudo e por tudo. Nesse caso, o preconceito é válido ao menos no que tange a um ponto de partida induvidoso, que é a certeza milenar no próprio homem e que toda mudança cultural dele deve partir (não de ideologias).

Uma notícia muito ruim e triste tomou conta do noticiário midiático nesta semana. A de que uma mãe (desesperada, supondo-se, diante do que geralmente acontece com os sentimentos humanos) deixou seus filhos sozinhos em casa com um bilhete pedindo assistência do conselho tutelar. Lendo o bilhete, há anotação de que a mãe não tinha condições de sustentar os seus filhos e, diante de tais precárias condições, não viu outra alternativa senão deixá-los e sair de casa, demonstrando, assim, creio eu, uma completa desesperança em si e num futuro promissor para seus filhos. Não tomei conhecimento dos fatos em sua inteireza, apenas do que foi noticiado na mídia, por isso um motivo a mais para não se tentar julgar em demasia ou atropelar o que realmente aconteceu.

Primeiramente, não quero julgar a atitude dessa mãe, se tal ato, muito embora já tenha o seu julgamento fatal, o de negligência, com o que eu concordo (a não ser que essa pessoa sofra de algum mal mental que lhe retire a consciência ou a capacidade de autodeterminação). Além do acertado ou do errado, por certo que deve ter muita gente criticando ou elogiando a atitude de mães que abandonam seus filhos por aí, como se existissem ou não outros tipos de culpados para a sua miséria pessoal. E pessoas que vão muito, além disso, para dizer que as misérias do mundo não são culpa de seus agentes pessoais e diretos. A bem da verdade mesmo, isso é tentativa de isenção de responsabilidade pessoal pelas tragédias que acontecem num mundo já cheio de covardes, mimados e ressentidos. A fuga humana para tais mazelas é sintomática numa vida de desprazeres pessoais, onde, para ser feliz, acha-se que o sol e a lua têm que brilhar sempre a hora que quisermos, dependendo apenas de nossa vontade. Antonio Gramsci foi craque nessas depravações pessoais escusas e hoje, por conta de suas ideologias propagadas digamos “de porta-em-porta”, o que temos é uma sociedade ressentida e covarde, que muito luta por seus direitos pessoais e humanitários, como reciclar lixo e cuidar mais dos animais do que dos seres humanos, mas não quer assumir a culpa de suas próprias misérias, dar um basta nelas de uma vez por todas e viver livre delas para sempre.

Por certo que mães como essas, que, ao que tudo indica, precisam de ajuda material, existem espalhadas por todo esse nosso imenso Brasil. Mas creio em algo maior do que isso. Acredito que o que de fato importa e tem que ser remediada é a pobreza da cultura de um povo, aquela razão interiorizada, mais ou menos acertada, que faz com que as pessoas pensem e queiram mudar a si mesmas. A despeito de que mães como essas mereçam proteção do Estado, no sentido de terem ajuda quando falham as outras instituições, principalmente a família, é na cultura mesmo que o povo tem que ser ajudado para ir buscar por si o que é necessário. Assim, a pobreza é mais na alma e no espírito do que no bolso. É ensinando a pescar e não dando o peixe pronto que se ajuda. Não é uma crítica à pobreza, nem à riqueza, muito menos às pessoas pobres ou ricas, indicando um certo preconceito, apenas um pequeno contributo com entusiasmo para uma tendência evolutiva. Numa época em que, como a de hoje, ter preconceitos significa ter opinião e viver atemorizado por isso (Theodore Dalrymple, em seu Em defesa do preconceito: a necessidade de se ter ideias preconcebidas), dou um passo a mais nessa caminhada sem sentir o mínimo de medo por isso, já que o ceticismo para o emprego do método cartesiano de duvidar de tudo leva ao fracasso e ao nada, só servindo de estímulo e fundamento para o asseio imoral para as liberdades pessoais da existência (Theodore Dalrymple, na obra citada, página 20).

Sabe-se que não é nada fácil mudar uma situação de extrema miséria financeira. Entretanto, o que muda as condições exteriores de uma vida em colapso não é exatamente o que existe no entorno dela, sua cidade, Estado, país, família, amigos, etc. Muito embora esses fatores têm que ser levados em consideração, acredito que o que de fato é fundamental em mudanças é o interior, na cultura. Primeiro a pessoa tem que mudar interiormente para depois ir além enxergando um mundo mais promissor à sua volta e, portanto, melhor para si e para os outros. As emoções contribuem para desarrumar a casa (o coração), por isso a razão, neste momento inicial de ruptura com um passado sombrio, é o ponto de partida para a reflexão necessária rumo a um novo por vir.

Theodore Darlrymple publicou um livro que ilustra bem o que vem acontecendo com a miséria de uma cultura e a insistência de seu povo em continuar nela. É bem do que está se tratando neste texto.

Os comportamentos ocidentais de hoje em dia são autodestrutivos, sempre recorrentes com relação aos mesmos acontecimentos catastróficos: violência, negligência, maus tratos às crianças, relacionamentos destrutivos, mesmas vitimizações de crimes, niilismo e um desespero silencioso. O curioso, conclui, é que se todos nós somos indivíduos únicos, como pode surgirem comportamentos padronizados destes tipos? É porque algo de incomum existem em todos eles.

Há mais pobreza de alma e de espírito do que material, porque existem países que saíram a pobreza e ainda assim continuam com a mente deformada, como a Coréia do Sul por exemplo. Aliás, a subclasse que analisa em sua obra não é pobre materialmente, o que descarta essa tentativa de categorizá-la por meio da condição financeira. Por outro lado, o determinismo genético e racial também não é o fator, ao contrário do Estado, que tem bastante relevância com o seu paternalismo exacerbado. Conclui, portanto, que o fator desagregador de um povo, aquilo que a faz miserável, é a sua cultura. E exemplifica isso com jargões sempre ditos por aqueles que tentam se eximir de algum tipo de responsabilidade pessoal por ato praticado. Colocam a culpa na cerveja, na heroína, na sociedade e no Estado, no seu estado mental (“ficou muito doido” e “perdeu a cabeça”).

Ou seja, os agentes de atos classificados como perniciosos e que acarretam alguma responsabilidade pessoal são sempre deles conhecidos. Eles sabiam o que estavam fazendo, que era errado. No entanto, levantam sempre aquelas causas psicológicas e sociais como eximentes. Até parece que um ato livre e consciente não merece ser punido.

E é exatamente esse ato livre e consciente que intelectuais e acadêmicos atacam no sentido de desqualificá-lo, apontando como causas da miséria entes abstratos. Os atos sexuais, por exemplo, apesar de serem dúplices, ou seja, conterem feição biológica e cultural ao mesmo tempo, intelectuais atacam a sua face biológica, tentando fazer crer que construções sociais são mais importantes do que o seu conteúdo biológico e compromissos morais.

Todas essas ideias trazidas pela intelligentsia foram adotadas pelas camadas mais baixas da população como verdades absolutas. O aborto está se tornando quase que totalmente livre, crianças e adolescentes estão ficando gravidas cada vez mais cedo, mulheres estão sendo abandonadas pelos pais de seus filhos antes mesmo do nascimento deles ou poucos dias depois. Cantores de “músicas” menos melódicas ou que não têm nada de audível para se apreciar são alçados à condição de verdadeiros astros merecedores das mais altas condecorações. Enfim, tudo isso são fatos e acontecimentos que nos fazem crer que há uma miséria no mundo intelectual que se reflete na massa de manobra. O relativismo cultural se alastra facilmente, diz Dalrymple. Visuais um tanto quanto exóticos ou esquisitos, fora do padrão normal de se olhar, aparecem como sendo uma moda a qual todos devem aderir para não ficar para trás, uma adesão à classe dos “moderninhos”. Por outro lado, o padrão desastroso das relações humanas é outra manifestação pura e simples dessa miséria dos pobres espirituais, em que relações sociais simples como um namoro, noivado ou mesmo casamento (este quando tem) são encaradas como formas de experimentos provisórios e, por isso, acertadas para não durar para sempre. E as partes dessa relação, ao seu fim, como desculpa para a bancarrota da união, invocam a escusa de que o que não deu certo foi o relacionamento. Ou seja, encaram a vida como se ela fosse uma sorte pura e simples, um jogo de sorte e azar em que não há nem ganhadores e nem perdedores se, ao final, nada der certo.

No caso do Brasil, há glamourização de favelas e de artistas mais modernos ou progressistas, independentemente do que se vê de padrão moral naqueles lugares ou nestes tais artistas. Pior ainda, quanto mais imoral for a conduta de vida ou o padrão dos artistas mais aceitos eles são. Creio que há aí certo narcisismo invertido ou dissimulado, porque havendo ciência ou não da imoralidade, ou melhor, da miséria própria, e, mesmo assim, faz-se questão de se aceitá-la e, pior ainda, vangloriá-la.

Ao fim, Theodore Dalrymple ainda comenta que o destino dessa subclasse, que o autor classificou como pessoas não pobres materialmente mas espiritualmente, importa para todos nós porque algum dia no futuro essas pessoas vão querer se vingar de nós conservadores.

Entrar na polêmica da meritocracia é ir muito além do que esse texto tem como proposição. Deve-se ter por certo, porém, que o trabalho é o mais louvável, digno e produtivo modo de se viver em desenvolvimento. Disso não se tem dúvida alguma. Parcerias com jogos de azar, por exemplo, descambam num vício trágico que só faz sofrer e trazem uma riqueza temporária, pois não há o apoio cultural e racional para a administração dela como fonte subjacente, que cria o alicerce numa rocha suportável às maiores tempestades e não numa areia que se dissipa com qualquer ventinho. Por outro lado, nossas parcerias com a malandragem, com o jogo de cintura, com o jeitinho e com a improvisação, mesmo que a certo momento inicial parecem estar dando certo, só nos levam a fazer crer que elas podem ser um substituto autêntico para o trabalho duro e árduo. No entanto, são falsas condutas que apenas nos fazem desviar do caminho verdadeiro.

Trata-se de uma questão de simples decisão pessoal. Mas certamente que existem pessoas que não queiram que você mude. Por certo que o Estado não quer se livrar de certas amarras marxistas, não quer largar o osso, e não quer deixar o povo enxergar sozinho a saída para o colapso cultural em que vivemos. Isso faz parte de um jogo de poderes, onde o Estado marxista se retroalimenta na fraqueza cultura de um povo sofrido para dar-lhe o que comer e ideologizar mitos e heróis em busca de salvação humanitária para todo o universo. Logicamente que tal atitude estatal reflete uma luta de classes retroalimentada na mente de um povo ou de um grupo aculturado, que se ressente de alguém ou de alguma ideia como tábua de salvação. Trata-se de um verdadeiro nicho que o Estado arrumou para se dar bem com seu jogo de poderes por onde transitam verdadeiros dominantes e dominados. E aí de quem se investe contra tal política, querendo atrapalhar o tal “caminho da salvação”, do “céu” ou do “paraíso”. A história demonstra os resultados desse jogo com os números de mortes em quase todo o mundo e que ainda persistem em alguns lugares inóspitos do planeta. Sair dele, como se disse, é pura questão de decisão, um pouco de paciência e de perseverança, além, é claro, de muita fé.

Entendo que se trata de uma questão meramente pessoal, uma decisão de, não desprezando o passado e o presente, a história em si, querer mudar sempre e sempre. Existem inúmeros testemunhos de pessoas que conseguiram dar a volta por cima em meios às maiores dificuldades imagináveis e inimagináveis. Todavia, existe certa cultura narcísica revertida que impera e que acaba prevalecendo como fonte inspiradora do comodismo. O narcisismo às avessas impõe que tudo que temos é o bastante para vivermos bem, que tudo é bom, tudo é bonito, de acordo com aquele velho ditado já largamente conhecido: “O pouco com Deus é muito”. O problema é que, mais do que essa impressão seja um reflexo de um espelho quebrado dentro da cultura marxista e gramscista de ser, ela corresponde exatamente ao que vem representado no self do povo brasileiro e, assim, compromete mudanças necessárias e até mesmo o que o próprio Deus cristão tem para nos dar. Jesus veio para nos dar vida e vida com abundância (João 10:10).

O tal do jeitinho brasileiro, que foi muito bem desenhado e pormenorizado por Rodrigo Constantino em Brasileiro é otário?: o alto custo de nossa malandragem, traz à lume o personagem de Zé Carioca, aquela figura tipicamente brasileira que faz de tudo para contornar as leis, age apenas com manobras, até mesmo carismáticas, para poder driblar os problemas do dia a dia e da vida em si. O Zé carioca tem como “padrinho” que o apoia o próprio Estado, que não dá aos indivíduos condições para que eles desfrutem de uma vida plena e sem amarras que os fazem ainda dependentes do pai-estado.

Sinto muito, mas a culpa da miséria brasileira não é da pobreza ou de qualquer outro ser abstrato sobre o qual possa ser imputada a miséria da humanidade inteira. Anos e mais anos sob reflexo ou representação dessa culpa abstrata e agora mudar isso só com muito e muito sofrimento cultural. A vida não é uma caixa de sorte, que independe da conduta ou participação de cada um ou cuja participação seja apenas abrir a caixa e deixar acontecer para ver o que dá e, depois da bancarrota, culpa a própria sorte.

Temos que assumir nossa miserabilidade frente aos percalços da vida, principalmente quando são eles de ordem espiritual e racional, porque daí teremos como mudar o nosso mundo exterior com nossas ações derivadas de um interior já transformado. Temos que assumir nossas falibilidades diante dos problemas que nos circundam e não deixar que alguém assuma a culpa por eles ou tente achar um herói comum, um messias de salvação que nos dê o sol e a lua e, ainda assim, nos isente de qualquer responsabilidade ou dever pessoal. Logicamente que existem fatores que militam e ainda irão militar contra essa decisão que gira em 180 graus, ainda mais diante desse caos intelectual de se querer achar resposta para tudo e para todos os problemas humanitários. Um caos intelectual que só nos faz querer desacreditar em tudo o que se diz de tradicional e que só acreditemos no senso comum salvador. Por outro lado, a cultura vem do povo, do seu modo de pensar e de ver a vida. Quanto menor ou mais tacanha for a visão de mundo de um povo menor vai ser a autoestima, e vice-versa. Ainda, a cultura pode ser mudada, já que ela pertence ao mundo do que nós construímos e ainda podemos construir, e não do que nos foi dado pela natureza, imutável como uma lei física.

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