Deu no GLOBO:
Antes de embarcar nesta terça-feira para Quito, onde participaria da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a presidente Dilma Rousseff reuniu em seu gabinete oito ministros para discutir como será a reunião de retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, na tarde desta quarta-feira. Dilma está preparando um discurso pró-diálogo, com convocação à unidade nacional como forma de superar a crise. Ela deverá fazer uma referência à necessidade de os interesses do país estarem acima das questões pessoais e vai reforçar a importância do ajuste fiscal e de medidas para recuperar a economia.
— Queremos discutir a realidade sem ufanismo. Vivemos uma realidade difícil e desafiadora. A presidente tem que fazer uma fala harmoniosa e de chamamento caloroso a pontos de convergência. Será uma reunião de debate, sem censura — disse ao GLOBO um ministro que está participando da elaboração da reunião.
Segundo um dos elaboradores do encontro, a ideia é proporcionar um ambiente de maior interação do governo com os vários setores da economia e “dividir a responsabilidade” pela recuperação do país. Há uma constatação de que o governo, sozinho, não tem fôlego para sair da crise e, por isso, é preciso estimular as parcerias entre o setor público e o privado, tanto na formulação de soluções, quanto na execução de medidas.
Ora bolas, esse troço de “conselhão” é apenas uma grande piada! O que 90 pessoas vão decidir de concreto ali? O que vai sair de um caldeirão que inclui o ator Wagner Moura e sindicalistas da CUT? Diz a reportagem:
Na linha da conciliação para buscar soluções, o presidente executivo da Amil, Edson Bueno, afirmou que a formação do conselho vai criar uma “sinergia entre pessoas que querem auxiliar o país”. Para ele, os nomes até agora apresentados para compor o grupo “têm experiência e capacidade” e ajudarão, com sugestões, o Brasil a passar pela crise e encontrar o rumo do crescimento.
— O importante é que teremos um espaço democrático para debater e buscar soluções inovadoras.
É mesmo? E qual a experiência de Vagner Freitas, o presidente da CUT, além de fazer ameaças de ocupar as ruas para defender o governo corrupto e suas boquinhas sindicais? Qual a grande experiência de Wagner Moura nessa área? É tudo ridículo. Quem alimenta esperança de que algo concreto e construtivo saia dessas reuniões é mesmo muito ingênuo. Como disse Gustavo Franco em sua página do Facebook:
CAMARÃO – é como esse Conselhão é conhecido pelos que conhecem sua origem nas velhas câmaras setoriais que o PT queria usar, no final dos anos 1980, para fazer o “controle social dos preços”. A Câmara da indústria automobilística conseguiu feitos notáveis em matéria de lobby, e era para isso que a coisa servia, quando tinha Lula de um lado e Miguel Jorge, depois seu ministro, no outro. A coisa evoluiu, todo mundo queria sua câmara setorial e mesmo gente séria acreditava que o mecanismo servia para coisa limpa. Mas o Petismo sempre achou que essa era a ferramenta de “democracia direta”, ou melhor, de corporativismo empresarial e sindical, por cima das entidades patronais existentes. Em certa altura queriam fazer “pactos sociais” que usariam essas câmaras e inclusive uma “câmara das câmaras”, o “Camarão”, como o designou Francisco de Oliveira, salvo engano, onde a sociedade civil organizada poderia se organizar para a estabilização. Era um delírio completamente tolo, uma bobagem, e o que sobrou foi esse conselhão patético, que não serve para nada, rigorosamente nada, não representa nada e o recurso da presidente a este instrumento apenas significa que ela não têm para onde ir nem com quem conversar.
Matou a pau! Que gente como Jorge Paulo Lemann aceite fazer parte desse show é algo espantoso, mas dá para compreender seus motivos num país em que o governo controla tanto da economia e tem sede insaciável não por cerveja, mas por impostos sobre o consumo de cerveja. Tem que ter cabeça de camarão mesmo para acreditar no conselhão.
As medidas que o governo precisa tomar muita gente já sabe, ao menos as pessoas sérias. O problema é que elas vão contra a ideologia petista e são “impopulares” no primeiro momento, especialmente para a base de apoio do governo. Um líder, um estadista, simplesmente tomaria tais decisões. Dilma não tem capacidade nem condições, e prefere encher linguiça em bapo de botequim. Já posso até imaginar um bate-papo entre Vagner Freitas e Wagner Moura sobre as incríveis soluções para a crise econômica…
Rodrigo Constantino
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