O que é ser subversivo? Eis um conceito que causa aversão em qualquer conservador, e com razão. O desejo puro e simples de subverter valores é algo infantil e perigoso. Dito isso, há um lado legítimo e louvável na subversão: quando ela vem desafiar o status quo poderoso, que asfixia a divergência real, a pluralidade verdadeira, a dissidência saudável. Provocar o poder estabelecido é algo importante, um ato rebelde que pode se exceder às vezes, mas que tem seu papel no avanço da sociedade e na preservação da liberdade.
Quando o movimento da contracultura ganhou força na década de 1960, havia mesmo muita coisa a ser criticada na sociedade, no poder, na hipocrisia vigente. Claro: o tiro saiu pela culatra, e hoje essa subversão se mostrou exagerada demais, o pêndulo extrapolou, a tese que defendo no meu curso “Civilização em Declínio“. Mas, em meio a todo absurdo, sem dúvida tem coisas boas que serviram para chacoalhar o establishment.
Só há um detalhe: a contracultura foi tão bem-sucedida que se tornou, ela mesma, o poder estabelecido! A esquerda chegou ao poder, conquistou sua hegemonia cultural, e virou, portanto, a “cultura” dominante. Desafiar a ditadura do politicamente correto é o grande ato revolucionário da era moderna. A subversão de hoje está do lado… dos conservadores! O leitor Bruno Sampaio resumiu bem a coisa:
Outro dia Gavin Mginnes chamou a atenção para um dado interessante, e depois Paul Joseph Watson falou a mesma coisa. Uma boa maneira de saber quem está no poder é pensar em pessoas ou grupos que não se pode atacar, por conta das mais variadas retaliações. Ora, quem representa esses grupos hoje? De quem não se pode falar sem consequências que vão desde a destruição de reputações até a perda do emprego e a chance de arranjar outro? Acertou quem disse esquerda, negros, gays, índios, “minorias”, islâmicos, “movimentos sociais” e etc. Bater no “homem branco” e no cristianismo é como tirar o doce de uma criança, com ZERO de consequências. O conservadorismo é hoje a maior forma de subversão, e é quem confronta o “mainstream” nestes dias que correm.
Eis o vídeo mencionado de Paul Watson, infelizmente sem legenda ainda:
De fato: como alguém pode se sentir o rebelde atacando… Trump?! Quero ver atacar Obama! Outra: não há nada mais démodé do que aparecer na “facul” com uma camiseta do assassino Che Guevara. Quão brega pode ser o sujeito que coloca a foice e o martelo na capa do seu iPhone? Quão patético é o sujeito que se acha o tal só porque banca o homem sensível? E vamos combinar: você conhece gente mais chata e puritana do que essas veganas, feministas, defensoras dos animais e ecoterroristas? Cruzes! A maioria exala tanta caretice que nem dá para chegar perto. Se juntar o pacote completo, então, socorro!
Vi trechos da volta do programa “Amor e Sexo”, com Fernanda Lima, e precisei de um Engov. Cheguei a comentar aqui. Pois bem: ontem, esperando o “Jornal da Globo”, acabei vendo mais um pouco do segundo programa da nova temporada. O horror, o horror! Ney Matogrosso virava o símbolo maior da macheza, e outro lá, muito afetado que parecia ter sempre um pepino naquele lugar, saltitava enquanto dizia que era preciso ser homem para se assumir gay! Fernanda Lima aplaudia: o exemplo maior de masculinidade, a biba que parecia uma lagartixa no cio!
E isso no maior canal de televisão do país! Percebem como subversivo, hoje, é defender a velha masculinidade, do Marlboro Man ou de um Clint Eastwood? Notam como ser subversivo significa endossar a família tradicional, condenar o aborto, pregar o direito de cada um ter sua arma para se defender, louvar o capitalismo e o empreendedor, abraçar valores morais cristãos? Isso é coisa de gente disposta a efetivamente remar contra a maré, que se avermelhou por completo. Fernanda Lima? Apenas um papagaio de clichês…
Pois é: a garotada tem se interessado mais pelo conservadorismo em parte porque ele está na moda, porque é muito careta ser politicamente correto e aderir a todas as bandeiras “progressistas”, porque os jovens precisam desafiar o status quo, e ele hoje é claramente de esquerda. Quer ser subversivo? Então se torne um conservador!
Rodrigo Constantino
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