Fui ver no dia de estreia “Star Wars – The Force Awakens”, o VII episódio da saga de George Lucas que marcou minha geração. O texto abaixo vai sem “spoiler”, pois entendo que muitos ainda não viram o filme. O que vou aproveitar dele poderia estar numa sinopse.
Antes de mais nada, uma ode à tradição. É muito legal lembrar da infância, dos momentos com a família e os amigos marcados pelos filmes da trilogia inicial, poder voltar no tempo, rever Han Solo, a princesa Leia e Luke Skywalker na pele dos próprios atores originais, envelhecidos, mas clássicos.
Agora vamos ao que interessa: a esperança, o otimismo, jamais podem ser abandonados na luta contra as forças do Mal. A analogia dos pais que ainda tentam ver a bondade no filho desvirtuado pode ser feita com vários fatores: drogas, ideologias, seitas.
Quando um filho se perde para as drogas, vai para um Isis da vida, ou se torna um comunista, um nazista, ele está, de certa forma, matando seus pais, ao matar a criança boa que havia nele. Resgatar essa luz, o amor, a bondade, a Força do Bem, eis a missão.
Saindo do individual para o social, o mesmo se passa em regimes políticos. Quando o Império do Mal toma conta de tudo, transformando todos em números, destruindo o indivíduo, aqueles que prezam a liberdade precisam reagir, unir-se, formar uma Resistência em defesa da República.
Diferentes formas de coletivismo – o fascismo, o nacional-socialismo (nazismo), o comunismo – anulam o indivíduo, tratam cada um como insetos gregários, parte de uma engrenagem amorfa de destruição, representada por aqueles soldados brancos todos iguais, cada um com seu número apenas, como se fosse um objeto produzido em série. O sujeito nasce com seu nome, e com suas singularidades. Os coletivistas não suportam isso.
Há aqueles especiais, os Jedis, que possuem um talento diferenciado, um poder destacado, que pode ser usado para o Bem ou para o Mal. O poder seduz, e corrompe. Quando essas habilidades são colocadas do lado errado, o perigo é enorme. É preciso alimentar a chama da liberdade, sempre. Oferecer resistência, lutar, pois a liberdade nunca está garantida.
Com todo o respeito aos que lutam de dentro, arriscando-se mais ainda, os filmes “Star Wars” retratam uma Resistência organizada fora do domínio do Império. Olavo de Carvalho, que já foi morar nos Estados Unidos há mais tempo, sempre repete isso: as revoluções foram feitas por gente de fora, com melhores condições de liderar uma reação ao poder estabelecido em seus países de origem.
Há momentos delicados em que não existe mais alternativa: ou lutamos com afinco para defender os valores da liberdade, ou sucumbimos às forças do Mal, aos regimes ditatoriais, autoritários e totalitários. Tentar cooptar gente de dentro do sistema podre também é importante, pois ainda pode haver uma parte boa naqueles robôs autômatos que seguem ordens.
Os coletivistas bolivarianos tomaram conta de nossas instituições, nem mesmo o STF escapou. Darth Vader, adaptado para nossa terra tupiniquim, não passa de um fanfarrão populista, de um demagogo de quinta categoria, de um cínico que, se fosse personagem de um filme de 007, chamaria-se “Nine Fingers”. A onda vermelha que ele comanda se alastrou e destruiu boa parte da nossa República.
Mas ainda é possível reagir! Ainda dá para lutar pela liberdade, pelos direitos individuais, pela paz e prosperidade. A Resistência precisa estar mais organizada, as lideranças precisam liderar na direção certa, demonstrar otimismo, confiança e coragem, acima de tudo coragem. Com determinação, os “rebeldes” poderão impedir o pior. Onde estão essas lideranças?
Não podemos desistir. Já tivemos nossos Jedis, nossos heróis do passado, que lutaram para construir um país mais livre e próspero. Devemos a eles, e principalmente aos nossos filhos, netos e bisnetos que ainda nem nasceram, o esforço de seguir na trilha correta, da liberdade. Resistam, meus nobres cidadãos! And may the Force be with you…
Rodrigo Constantino