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O discurso de ódio até contra os arrependidos

Por João Cesar de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

Eu acompanho todos os principais veículos de comunicação da esquerda na internet. Leio boa parte do que publicam porque é preciso estar sempre ciente do que seus militantes estão pensado e fazendo, para termos na mente, sempre de forma bem clara, que o socialismo extrapola a esfera política. É uma psicopatia coletiva. Ideologia do ódio e da destruição.

Na última edição da Carta Capital, há um texto com o seguinte título: “Arrependidos que ajudaram a colocar Bolsonaro no poder não merecem perdão”, tendo na capa a foto do cineasta José Padilha. Alvejam-se no texto personalidades que apoiaram o impeachment e que hoje se dizem decepcionadas com o governo Jair Bolsonaro.

Esse é um exemplo perfeito de que o totalitarismo é essência da esquerda. Não aceitam divergências, nem arrependidos. Não aceitam nada menos do que o apoio integral e inquestionável. Ou se apoia tudo o que o partido decide, ou será considerado inimigo. Ou acredita plenamente que Dilma e Lula são dois santos, ou é um golpista. Os que se dizem “democráticos” não aceitam que as pessoas votem num candidato diferente do deles.

O texto da revista petista alveja também os jornais Estadão e Folha. Isso mesmo! Até a Folha de S. Paulo! Do ponto de vista deles, a redação desse jornal é tão “golpista” quanto eu ou qualquer bolsonarista. Isso mostra o extremismo ideológico dessas pessoas. Nem a Folha de S. Paulo consegue atendê-los. O jornal tornou-se conspirador por noticiar esquemas de corrupção, o desperdício de dinheiro público e recessão econômica promovida por governos de esquerda.

Quando eu estava na faculdade de arquitetura, participei de dois congressos da UNE. As plenárias são verdadeiras arenas de batalha. Os militantes de uma banca impedem que a liderança da outra seja ouvida quando está ao microfone. Todos se xingam das piores coisas. No final, partem para a agressão física. Nada muito diferente do que ocorre nas disputas de poder nos sindicatos, eventualmente chegando a assassinatos. É desses ambientes que sai grande parte da militância socialista no Brasil. É o espírito revolucionário e antirrepublicano da esquerda brasileira que cria casos como o assassinato de Celso Daniel e a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro.

Todas as autocríticas que os petistas fizeram nesses últimos anos foram no sentido de que o erro deles foi não ter transformado o país numa Venezuela. Foram tolerantes demais com a imprensa e com a justiça. Permitiram a movimentos populares como o MBL ganhar força.

É sempre bom lembrar que a grande influência da esquerda liderada pelo PT é Lênin, aquele que não aceitava nada menos que a destruição completa de qualquer oposição ou potencial opositor. Troski, assim como ele, defendia o terror contra a população como forma de “pacificação” da sociedade, mas tinha divergências dogmáticas que, de fato, em nada contrariavam o movimento do qual faziam parte. No entanto, Troski foi primeiro difamado, depois, cassado e morto como inimigo – qualquer semelhança com o que os petistas fazem com os tucanos não é mera coincidência.

Lênin e todos os outros ditadores que vieram depois também não aceitavam arrependidos. O Livro Negro do Comunismo, escrito por integrantes do Partido Comunista Francês, registra que não houve um único caso de perdão em todos os julgamentos políticos desde 1917. Ainda assim, o socialismo tenta se colocar como um “cristianismo político”.

Os veículos de comunicação da esquerda, especialmente na internet, não visam o grande público. Eles falam para os militantes. Dão as instruções sobre o que eles devem falar a terceiros e de como devem ver todas as pessoas que criticam seus governos ou que votam em candidatos da oposição. Ou seja: são os propagadores do rancor, do ódio e da perseguição. Eu, como artista militante liberal, sinto isso na pele há cinco anos.

Todo e qualquer julgamento a um artista começa com uma avaliação política. “Golpistas, não passarão”, é um bordão muito realista no meio cultural. Um artista pode sim defender ideias liberais ou conservadoras e até criticar um governo de esquerda, desde que seja para si mesmo, dentro de seu quarto, de madruga e no escuro. Qualquer exteriorização de opinião contrária à deles é vista como ataque imperdoável ao movimento socialista como um todo.

José Padilha nunca foi um militante da “direita”, mas é execrado como se fosse apenas porque, a exemplo de dezenas de milhões de pessoas comuns, estava cansado da roubalheira petista. A sorte do cineasta é já ter se consolidado no mercado, principalmente no exterior. No entanto, muitos outros artistas que discordam das ideias e dos procedimentos da esquerda, mas que ainda buscam visibilidade e segurança financeira, entenderão a matéria da Carta Capital como ela realmente é: um recado − “não ouse nos criticar, porque não te perdoaremos em hipótese nenhuma; isolaremos você e, se for o caso, infernizaremos sua vida”.

Como já disse o poeta do terror comunista, Bertolt Brecht: “os inocentes devem ser mortos justamente por serem inocentes”.

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