Por Thiago Kistenmacher, para o Instituto Liberal
Após a queda do PT o povo venezuelano quer destronar o tirano chavista. As mãos que hoje tremulam bandeiras nacionais talvez sejam as mãos que farão cair aquele fruto já podre, mas que ainda permanece preso aos galhos da árvore latino-americana.
O chavismo, que alega querer alimentar o povo, é, na verdade, sua maior peste. Os venezuelanos precisam pôr fim ao bolivarianismo e seu salvacionismo retrógrado. Devem relembrar essa ditadura só nos livros de História e ter cautela para não repeti-la, pois em terreno bolivariano os frutos já nascem apodrecidos.
Ideias messiânicas são irmãs gêmeas do caos. Conforme Michael Oakeshott, “na atividade política os homens navegam sem limites e sem fundos; […] nem tem ponto de partida nem destino determinado.” Ou seja, mesmo com planos, lidamos com as circunstancias do momento. E na Venezuela, o fim do chavismo e a abertura ao mercado são necessidades imediatas. Servirão como agrotóxicos.
Nicolás Maduro discorda. Age como se fosse um satélite da União Soviética e pensa como se estivesse na Guerra Fria. Em suma, se crê abençoado, mas só se for por Behemoth. E o asqueroso é ver universitários se deleitando com os ditadores de língua espanhola. Se eles dizem lutar pelos pobres, vale tudo, até matá-los quando se encontram na oposição.
Platão escreveu na República que os mais afoitos pela política talvez sejam os menos preparados para exercer aqueles suas funções. O que ele diria de um ditador que, além de se considerar acima da justiça, diz falar com passarinhos e ver seu antecessor na parede de uma caverna? É uma tragédia, não grega, mas latino-americana.
E antes de concluir quero lembrar o leitor da seguinte fala: “Fui grande amigo de Chávez e lutamos juntos em favor dos povos oprimidos da América Latina. E nessa luta eu conheci Nicolás Maduro, que me surpreendeu desde o primeiro momento por sua competência, o amor por seu povo e principalmente pela grande afinidade de pensamento com o presidente Chávez.” Cautela com potenciais ditadores em nosso próprio país nunca é demais. E o leitor sabe de quem estou falando…
O ditador venezuelano cairá de Maduro? Não, ele cairá de podre, mas não sozinho. Será preciso chacoalhar o tronco do autoritarismo e arrancar suas raízes daquela terra infectada pelo chavismo desde 1998.
Espero que a democracia floresça na Venezuela, mas isso só acontecerá sem Nicolás Maduro, afinal, o socialismo é o fruto vermelho oferecido por serpentes para nos condenar ao inferno social.
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