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comentei aqui sobre Kara McCullough, a nova Miss USA, uma mulher inteligente, cientista nuclear, negra e linda, que tinha tudo para ser reverenciada por aquelas que falam de “empoderamento” e independência da mulher. Acho que fui inclusive o primeiro a dar a notícia no Brasil. Mas só tem um “pequeno problema”: Kara é conservadora, critica o Obamacare e não se diz feminista. Pronto: o suficiente para ela virar alvo dos ataques mais asquerosos do mundo.

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Curiosamente – ou nem tanto – a grande imprensa faz um silêncio ensurdecedor sobre o caso. Kara tem sido xingada, atacada, há gente falando em estupro, outros que a escravidão deveria retornar, mas nada disso foi capaz de sensibilizar a mídia, tampouco as feministas. O que comprova, uma vez mais, que o feminismo não tem nada a ver com a mulher, e sim com o socialismo. E também que a imprensa é cúmplice nesse projeto.

Na Folha de SP, por exemplo, eis o que aparece quando fazemos uma busca pelo nome da bela moça:

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Nenhum resultado. Nada. Nadinha. O maior jornal do país em tiragem não considerou o caso interessante, a ponto de merecer uma singela menção. No GLOBO, o maior jornal carioca, o mesmo resultado:

A mulher vence o concurso de Miss USA, o que normalmente já é motivo de uma notinha ou reportagem. A mulher é negra, o que certamente desperta mais interesse. Mas a mulher é a “negra errada”, pois comete o pecado mortal de ser… conservadora. Passa a ser detonada, xingada, com claros sinais de racismo inclusive, e nem assim vira assunto de pauta. Por que será?

No Estadão, justiça seja feita, há uma pequena matéria relatando apenas sua vitória e que seu discurso gerou “controvérsias”:

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Kara tem licenciatura em química, trabalha na Comissão Reguladora Nuclear dos EUA e disse que quer incentivar jovens a seguir carreira na ciência. Respondendo às perguntas do concurso, ela mostrou que tem opiniões polêmicas. Para a Miss EUA 2017, saúde pública é um privilégio que deve ser restrito apenas às pessoas que trabalham. 

A jovem também afirmou que não se considera feminista, ‘já que não é intransigente’, e disse que prefere falar em igualdade. “Mulheres são iguais aos homens no mercado do trabalho”, justificou. Porém, dados da Associação Americana de Mulheres Universitárias afirmam que mulheres ainda ganham aproximadamente 20% menos do que homens que ocupam o mesmo cargo. 

Nas redes sociais, as respostas da nova Miss EUA dividiram opiniões.

Kara McCullough representará o país no Miss Universo 2018, ainda sem data. 

Uau! “Dividiram opiniões”, é assim que os jornalistas chamam agora ataques podres, baixos, nojentos e racistas, um verdadeiro linchamento público a uma mulher que simplesmente alegou não ser feminista e não considerar a saúde um direito a ser garantido pelo estado, e sim uma conquista fruto do trabalho pessoal? Foi Danilo Gentili que saiu em defesa não só da mulher como da verdade, ao atacar a hipocrisia da imprensa e das feministas:

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Até quando as feministas vão fingir que se importam com as mulheres? Até quando a imprensa vai fingir que é imparcial? E até quando a esquerda vai fingir que condena o racismo?

Rodrigo Constantino