Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal
Essa tem sido uma semana de intenso debate político, com a maior manifestação popular da história do Brasil no último sábado, que a esquerda brasileira não consegue entender, já que até 2014 as manifestações políticas eram exclusividade deles, ao passo que as mega-manifestações do final de 2014 até a de 13/03/2016 foram da direita nacional.
Dentro desse cenário, engloba-se o tapa na cara dado pelo PT na sociedade brasileira ao vermos a Presidente Dilma convidando o investigado e quase acusado ex-Presidente Lula para um cargo de Ministro de Estado, com foro privilegiado, criando um meio de burla ao devido processo legal penal via máquina pública, fazendo do Governo brasileiro seu quintal particular.
E para piorar, a esquerda brasileira usa a foto de um casal de cidadãos brasileiros, com seu filho e a babá, para supostamente jogar na multidão que foi às ruas o frame político de elite branca, alheia à vontade do povo.
Sobre esse assunto, preliminarmente cabe destacar a altivez e hombridade dessa humilde babá, ao ter a coragem de se manifestar em público, através do Jornal Extra, para defender a manifestação e conclamar por mudanças no Governo brasileiro. Defendeu ainda seus patrões e o direito a acesso ao trabalho, demonstrando claramente que o trabalho, além de gerar riqueza, a distribui na sociedade.
Ela mostrou o que é claro para qualquer pessoa com o mínimo de racionalidade: crises econômicas são devastadoras principalmente para os pobres e os humildes. Pessoas de classe média alta e ricas possuem toda uma rede de contatos e familiares que, em derradeira necessidade, garante minimamente acesso a um emprego (ou pelo menos alguns bicos qualificados) que lhes garantem a sobrevivência. Já pobres passam fome quando o Governo malversa recursos, extorque, rouba e administra mal a economia.
O que mais me assusta nessa questão da babá é a reação da esquerda contra a ideia de trabalho. Vejamos um post abaixo, de uma liderança intelectual da esquerda brasileira:
A pessoa afirma categoricamente que trabalho é o maior dos sequestros, e ainda cita o conceito de luta de classes de Karl Marx.
Ironia das ironias, o comunismo foi criado como uma revolução da classe trabalhadora, operária, e ainda que tenha como base o falho conceito da teoria do valor-trabalho, a ideia era de supervalorização da força de trabalho. Para Marx, o trabalho era algo tão importante que, a princípio, a importância do capital deveria ser desprezada e somente quem trabalhasse é que deveria usufruir da riqueza dessa atividade. O trabalho era, para o socialismo científico, uma fonte moral e de riqueza social.
Já para a esquerda moderna da Escola de Frankfurt, o trabalho é um desvalor, algo que não deveria, talvez, sequer existir, embora não consigam esses teóricos explicar como seres humanos sobreviveriam sem trabalhar. Alguns movimentos esquerdistas pós-modernos ou futuristas chegam a ser caricatos, como o apresentado no documentário zeitgeist, onde se argumenta que os seres humanos são tecnologicamente avançados o suficiente para não precisarem trabalhar, vivendo então em uma sociedade ociosa socialista.
Um grande amigo meu, professor da UFRJ, em um encontro social, chegou a fazer a seguinte afirmação para mim: a esquerda moderna não representa trabalhadores, mas sim o lumpemproletariado. O lumpemproletariado seria constituído por trabalhadores em situação de miséria extrema ou por indivíduos desvinculados da produção social, dedicados a atividades marginais, como ladrões, vagabundos, licenciados de tropa, ex-presidiários, fugitivos da prisão, escroques, saltimbancos, delinquentes, batedores de carteira e pequenos ladrões, jogadores, alcaguetes, donos de bordéis, carregadores, trapeiros, afiadores e mendigos (palavras de Marx). Aqui eu adicionaria a figura do político de esquerda e do sindicalista.
O lumpemproletariado seria uma classe que na verdade não valoriza o trabalho e nem a cooperação social, trazendo pouquíssima produtividade para a economia e vivendo às custas dos trabalhadores e empreendedores. O lumpesinato teria aversão natural ao trabalho, enxergando-o como… um desvalor!
É perceptível a similitude de pensamentos entre o lumpesinato antigo e o esquerdismo moderno.
O que mais irrita a população produtiva de bem é pensar que esse lumpesinato esquerdista moderno vive às custas da nossa produtividade, do nosso trabalho e da nossa vida. São cigarras reclamonas que parasitam as formigas brasileiras que carregam o fardo do sustento dessa gente. O que é pior: faz da bravata anti-trabalho o seu meio de vida, sustentado de maneira violenta através do roubo estatal.
É essa cultura que precisa ser combatida de imediato no Brasil. O pensamento esquerdista pós-moderno é que é o maior dos sequestros. Aprisiona corpo, mente e alma.