Já comentei aqui a questão do machismo misógino do ex-presidente Lula, e tive a confirmação de uma mulher com a mesma impressão, a jornalista Vera Magalhães. O que mais chama a atenção, no caso, é a seletividade do movimento feminista, o duplo padrão adotado, que deixa transparecer o claro viés ideológico dessas que falam em “empoderamento da mulher” mas, no fundo, possuem uma agenda política de esquerda.
Pois bem: hoje mesmo tivemos mais uma prova disso. A Folha publicou um artigo de Luiza Nagib Eluf, que foi Secretária Nacional dos Direitos da Cidadania do Ministério da Justiça no governo FHC. O título e até o conteúdo são exatamente os mesmos de outro publicado há um ano no mesmo jornal. É praticamente um “copy & paste” do antigo.
No texto, ela ataca o presidente por seu suposto machismo, que seria até responsável pelas agressões às mulheres, pelos estupros! Vejam:
Precisamos explicar ao nosso comandante máximo, com todo o respeito, que esse pensamento retrógrado, porém teimoso, transformou o país em campeão mundial de violência doméstica, com um espancamento de mulher a cada dez minutos, um estupro de mulher a cada 11 minutos, um assassinato de mulher a cada duas horas, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Nossa, esse Temer é muito ruim mesmo! E qual seria sua grande prova de machismo, ele que, como todos sabem, costuma tratar muito bem a própria esposa? Ele disse que governos precisam ter um marido, senão quebram! Que coisa terrível, não é mesmo? No primeiro artigo, do ano passado, o grande “crime” do “machista” Temer era ter um ministério com poucas mulheres, pretexto para o duro ataque (mesmo com Maria Silva Bastos no BNDES).
Agora vamos comparar esses deslizes ou falas infelizes do presidente atual com aquilo que Lula já disse sobre as mulheres, ou mais importante, como ele tratava as mulheres, em especial a sua. Lula é um grosseiro, já se referiu às próprias feministas como “mulheres de grelo duro”, já fez brincadeira com a ex-presidente Dilma de que uma assessora próxima ficaria feliz ao receber cinco homens em casa se não fossem da Polícia Federal, e manteve publicamente uma “amizade colorida” com Rose.
Mas não é Lula o alvo dos ataques da feminista igualitária, que mede a meritocracia de um governo com base em quantos ministros usam saia. Sua revolta é direcionada a Temer, por ter dito que governos precisam de um marido. Ela conclui:
Palavras nunca são apenas palavras; elas surtem efeitos que podem ser profundos quando pronunciadas por ocupantes de altos cargos públicos. Palavras formam opinião, criam e destroem valores, estimulam a paz ou a guerra, ajudam um país a se desenvolver de maneira sadia ou maculado por preconceitos.
E Temer, pelo visto, ajuda a instigar o preconceito e até os crimes contra as mulheres, enquanto Lula, logo ele!, é um sujeito respeitado pelo movimento feminista. Como ainda levar a sério as feministas, se elas deixam evidente a cada segundo que sua pauta não tem nada a ver com as mulheres, e tudo a ver com a agenda esquerdista?
Rodrigo Constantino