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Elas adoram usar a cartada sexual, mesmo que aceitem submissas um marido traidor e predador por interesses políticos.
Elas adoram usar a cartada sexual, mesmo que aceitem submissas um marido traidor e predador por interesses políticos.| Foto:

Escrevo essas linhas do aeroporto, enquanto aguardo meu embarque para casa. Ao abrir minhas mensagens do Facebook, eis que deparo com um trecho de uma coluna publicada no Segundo Caderno (“cultura”) do GLOBO hoje, que uma leitora me mandou. Fui checar o texto na íntegra, e pasmem!, era isso mesmo: uma defesa tão infantil do feminismo que quase não acreditei.

A autora, Ana Paula Lisboa (nunca tinha ouvido falar dela, confesso), confunde deliberadamente o direito individual das mulheres com as batalhas do feminismo, uma confusão que o movimento feminista adora espalhar por aí para ocultar seu radicalismo e sua essência raivosa, recalcada e ideológica (esquerdista).

Se você é favor que a mulher escolha trabalhar ou ficar em casa cuidando dos filhos, se você é contra a abordagem agressiva em público de homens que chegam chamando a moça de “gostosa”, então você já seria uma “feminista”, segundo essa ótica. Absurdo.

Como já cansei de demonstrar, o feminismo não tem nada a ver com a luta pelos direitos da mulher (ou do indivíduo), e sim com a transposição do conceito marxista de luta de classes para dentro de casa, do lar, da família, colocando homens e mulheres como inimigos em vez de diferentes e complementares, e tratando o homem como um algoz, um predador em potencial, um vilão. Esse teor está em todo movimento feminista e em suas líderes.

Mas o mais ridículo ainda estava por vir. A autora se recusa a chamar a revista VEJA por seu nome, e depois me ataca também sem a coragem de publicar meu nome. Ela faz como naquele filme “A Vila”, em que os adultos inventam “a-criatura-de-que-não-se-pode-falar-o-nome” para assustar as crianças. Um mito de um bicho-papão feito para impedir a curiosidade delas, para impor um freio em seu desejo de conhecer o mundo fora dali. É exatamente assim que a autora feminista me descreve:

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Ou seja, sou o bicho-papão da esquerda caviar, o monstro inominável das feministas. E lá no final a moça já se entrega completamente. Ela tem orgulho da “presidenta”, ela não deve morrer de amores por Margaret Thatcher, mas acha fantástico Dilma se descrever (e exigir que os puxa-sacos também a chamem) como presidenta.

“A gente vive como desejar”, diz ela, fingindo não perceber que há enorme preconceito por parte das feministas com aquelas mulheres que escolhem ser “recatadas e do lar”, cuidar dos filhos e da família. Dez em cada dez feministas preferem Hillary Clinton, a feminista que se mostra submissa após traição do marido predador da Casa Branca, a Thatcher, a boa esposa e poderosa primeira-ministra inglesa que jamais usou a cartada sexual. Uma é de esquerda, a outra era de direita.

O feminismo é radical, subversivo, odeia mais os homens do que defende as mulheres, e virou instrumento de socialista e de recalcada invejosa. Mas se ele mostrasse sua verdadeira cara feia não teria tantos adeptos. Por isso precisa suavizar a mensagem, embalar seu conteúdo revolucionário com essas bandeiras mais palatáveis, como “direitos das mulheres”. É tudo uma grande farsa.

Recomendo a todos o livro O Outro Lado do Feminismo, publicado no Brasil pela Simonsen. O livro derruba essas falácias que “aquela-que-não-se-sabe-quem-é” ajudou a espalhar nesse artigo lamentável.

Rodrigo Constantino

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