O GLOBO é acusado pela extrema-esquerda de ser de direita, mas basta um olhar mais atento para ver que isso é alguma piada de mau gosto, ou pior: um truque para jogar o “centro” cada vez mais para a esquerda. Não só as manchetes e as reportagens contêm viés esquerdista, como até os editoriais passaram a escorregar com muito mais frequência para o lado esquerdo. Hoje tivemos os dois editoriais pautados pela agenda “progressista”, primeiro o feminismo, depois o desarmamento, velha bandeira do grupo (cujos donos, porém, não abrem mão de seus inúmeros seguranças armados).
Em nome dessa agenda, a lógica e os fatos têm sido flagrantemente ignorados. Para começo de conversa, o alvo precisa ser sempre Donald Trump, já que a torcida por Hillary Clinton ficou escancarada desde o começo. Logo, para falar dos resquícios do machismo em nosso país, eis que o presidente americano é mencionado na largada, para não restar dúvidas de quem é o inimigo em questão:
Por alguma razão, ou várias, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no mundo com uma dosagem especial de militância. Se houver um motivo que possa explicar a multiplicidade de manifestações em grandes cidades globais, este terá sido a vitória de Donald Trump nas eleições americanas, depois de uma campanha nunca vista, em que ele desfiou um longo repertório de machismo, misoginia e sexismo. Semeou revolta e veio a reação.
Em seguida, como fica difícil vender a vitimização da mulher num país que acabou de ter como presidente uma mulher, e com os terríveis resultados que vimos, eis que o jornal precisou colocar a passagem de Dilma pelo poder como um ponto fora da curva, um acidente de percurso:
O fato de o Brasil ter sido governado por uma mulher se deveu mais a uma particularidade da conjuntura política — haver um líder, Lula, capaz de eleger qualquer um como sucessor. Dilma foi um ponto fora da curva.
Por fim, vem o assassinato da lógica em nome da ideologia:
Numa relação de 83 países, o Brasil é o quinto com a mais alta taxa de homicídios de mulheres (4,8 por cada grupo de 100 mil). Os indicadores são preocupantes.
Qual a posição do Brasil em “homicídios de homens”? Bom, levando em conta que o Brasil é um dos líderes mundiais em homicídios, e que uns 80% do total de pessoas assassinadas são homens, não é preciso ser um gênio para concluir que o jornal poderia pintar um quadro assustador de violência contra homens, e se tivesse a mesma má-fé que os grupos feministas, poderia até concluir que temos uma epidemia de preconceito contra homens em nosso país!
De acordo com a OMS, a taxa no Brasil é de 32,4 homicídios para cada 100 mil pessoas. A proporção se aproxima de casos como da África do Sul, com 35,7, e Colômbia com 43,9. Mas na liderança do ranking está Honduras, com 103,9 homicídios para cada 100 mil pessoas. A segunda colocação é da Venezuela, com 57,6.
O Brasil atingiu a marca recorde de 59.627 mil homicídios em 2014, uma alta de 21,9% em comparação aos 48.909 óbitos registrados em 2003. A média de 29,1 para cada grupo de 100 mil habitantes também é a maior já registrada na história do país, e representa uma alta de 10% em comparação à média de 26,5 registrada em 2004. O levantamento mostra que o Nordeste foi a região com a maior escalada de violência na série histórica, que vai de 2004 a 2014.
Ou seja, temos um país com quase 60 mil pessoas assassinadas todo ano, e o jornal quer mesmo dar a entender que as mulheres que são mortas, uma imensa minoria de casos, são vítimas de… machismo?! Claro que existem casos, e claro que eles não devem ser desprezados. Mas calma lá! O problema do Brasil não é o machismo ou a violência contra a mulher; é a violência. Ponto. De exclamação!
O Nordeste viu essa disparada de casos ao mesmo tempo em que viveu um período de prosperidade (artificial e insustentável, como vimos). Isso derruba outra falácia “progressista”: essa violência toda seria culpa da miséria ou desigualdade. Não! São vários fatores causais, entre eles a impunidade, a subversão de valores (que o grupo GLOBO certamente tem sua parcela de responsabilidade), e uma população impotente, desarmada.
O que nos remete ao segundo editorial de hoje, uma nova campanha pelo desarmamento, bandeira antiga do jornal. O título do editorial palpiteiro e ideológico é o oposto daquele de um livro de John Lott, profundo estudioso do tema: “Quanto mais armas, mais violência”. É o contrário: as estatísticas, corroboradas pela lógica, mostram que quanto mais armas, menos crimes. Mas o jornal não desiste de sua cruzada, pois seus proprietários não precisam se preocupar, já que possuem um exército armado para defendê-los. Diz ele no começo:
Rápida no gatilho, após uma coleta relâmpago de assinaturas, a bancada da bala protocolou na Câmara dos Deputados, no início do mês, um pedido de votação em regime de urgência de um projeto de lei que flexibiliza a compra e o porte de armas. O alvo é claro: abater o que sobrou do Estatuto do Desarmamento. Pelo PL 3.772, do deputado Rogério Peninha (PMDB-SC), qualquer pessoa com mais de 21 anos poderá portar armas, desde que não tenha antecedentes criminais. Hoje, o porte é limitado a determinadas categorias e a pessoas que comprovadamente precisam de autoproteção.
Não obstante esse ridículo rótulo de “bancada da bala” (a oposição seria, então, a “bancada dos criminosos”?), que já deixa o viés nítido, resta perguntar: e não seria a população toda aquela que “comprovadamente precisa de autoproteção”? Num país com 60 mil homicídios e milhares de agressões e roubos, quem não precisa de autoproteção? Gostaria muito de saber. Talvez quem já possui a proteção de seguranças armados, não é mesmo?
Para especialistas, se o projeto for aprovado, ele aumentará a quantidade de armas em circulação e, consequentemente, os já elevados índices de criminalidade. Isso significaria aprofundar uma tragédia cujos números envergonham o país. Segundo o Mapa da Violência 2016, entre 1980 e 2014, foram mortas, por armas de fogo, quase um milhão de pessoas no Brasil, sendo 85% em homicídios dolosos (com intenção de matar). Ainda de acordo com o estudo, em 2014, morreram no país, vítimas de armas de fogo, 44.861 pessoas, ou seja, 123 por dia, ou cinco por hora. “Praticamente, temos, a cada dia, o equivalente aos massacres de Paris de novembro de 2015, quando morrem 137 pessoas, incluindo sete dos agressores”, compara o documento.
Armas que matam! E o jornal esquece de dizer que essa chacina toda ocorreu com as leis restritivas que temos, e que o jornal aplaude. Uma das mais restritivas do mundo! Os “especialistas” que o jornal consultou têm nome? Poderíamos saber quem são? Pois se depender dos que são convidados para a GloboNews, sabemos que são figuras ligadas até ao PSOL! Por que não chamam Bene Barbosa, do Movimento Viva Brasil, para contestar essas avaliações? Por que John Lott nunca é citado pelo jornal?
Os esforços do grupo GLOBO em vender suas bandeiras “progressistas” são admiráveis, mais pela obsessão em insistir no erro apesar dos fatos do que pela honestidade. Não há um debate construtivo, com os dois lados sendo escutados. Há rótulos, demonização do adversário, mentiras deslavadas, ideologia e torcida. É triste. É a morte do jornalismo…
Pergunto: quando teremos a Fox News do Brasil?
Rodrigo Constantino
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