Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Será mesmo que é o governo que promove o bem estar e a justiça social?
Para que se possa dar algo a quem não tem, esse algo precisa ser criado. O governo não cria nada, apenas explora quem cria e, como pilhadores, ficam com a maior parte do butim.
A criação e distribuição justa de riqueza, concomitante e permanente, ocorre quando as pessoas cooperam para buscar a melhoria de suas próprias vidas.
No mercado, só há excluídos onde há coerção, quando o governo impede as pessoas de empreender, contratar, investir, consumir, trocar o que têm pelo que querem.
Burocracia e tributação impedem ou desestimulam o empreendimento; salário-mínimo e imposições legais trabalhistas impedem a criação de vagas e o crescimento do emprego, principalmente para os mais pobres, os menos educados e os sem experiência; barreiras aduaneiras e tributárias impedem a entrada de produtos mais baratos que proporcionaria o aumento do poder aquisitivo da população.
O governo gasta demais e endivida empresas estatais que, mesmo sendo monopolistas e espoliadoras, estão sempre no prejuízo; o tesouro para financiar esses perdulários acaba provocando o aumento das taxas de juros e sugando os recursos que poderiam ser aplicados na criação de novas atividades; o banco central aumenta o crédito e a casa da moeda imprime dinheiro para cobrirem os déficits crescentes, força legalmente o seu curso, criando inflação, o que resulta na redução do poder aquisitivo dos mais pobres que recebem num dia e no outro já não conseguem comprar o que pretendiam pelo mesmo preço; o mesmo ocorre com os empresários que acabam perdendo capacidade financeira para expandir e se aperfeiçoar até que percebem tardiamente que a elevação de preços já não recupera o poder de compra e investimento.
O governo cria injustiça e miséria porque as decisões que ele toma não se baseiam nem no mérito e nem na efetiva necessidade das pessoas.
Não há governo no mundo que compreenda o processo de mercado onde bilhões de pessoas decidem a cada momento o que desejam e o que irão realizar, gerando trilhões de manifestações de vontade, informações que só nas transações livres diretas e voluntárias é possível captar.
O governo quando tenta substituir o livre mercado por uma economia planificada, regulado é dirigida centralmente, por burocratas interventores, amplia a desigualdade social por um lado e remete a maioria da população para o desemprego, o subemprego e a miséria.
No Brasil, começam a surgir lideranças políticas que querem devolver à população a capacidade de se tornarem livres e independentes, coisa que demagogos populistas odeiam.
A ajuda àqueles que precisam de apoio deve ser algo voluntário, espontâneo, nascido na vontade de cada um de oferecer o que pode e o que acha que deve para contribuir com o crescimento dos outros.
Não é generosidade nem caridade a distribuição forçosa, coercitiva de renda. Isso serve para alimentar políticos, burocratas, e todos os parasitas que utilizam a desgraça alheia para enriquecer.
Sem a força criativa e inovadora dos verdadeiros empreendedores, sejam eles pequenos, médios ou grandes, sejam eles empresários, profissionais liberais, artistas ou simples trabalhadores, não há criação de riqueza, logo não há riqueza que possa ser distribuída.
Esse é o mal do Brasil e de todos os países que adotaram sistemas coletivistas baseados na força coercitiva do estado. Em vez de criar cidadãos, criaram servos para lhes alimentar e parasitas para justificar a espoliação.
Somente países livres, formados por uma população confiante, cheia de autoestima, que não queira ganhar o imerecido nem ser sustentada pelos outros pelo resto da vida, é capaz de prosperar com dignidade.
Igualdade perante a lei, liberdade para que desiguais se associem para aproveitar as vantagens competitivas que cada um possui para, com a divisão do trabalho e a cooperação voluntária, criar as condições que levarão a um mundo melhor. E isso não é apenas uma questão material, também é intelectual e espiritual. Quando as pessoas não podem desenvolver seu potencial, onde não podem criar os seus próprios propósitos, não conseguem desenhar nem construir os caminhos para a sua felicidade, a felicidade dos que ama e a felicidade dos demais.
Imaginar que o governo pode prover o que a população precisa é, antes de mais nada, evadir-se da realidade. Basta olhar em volta, basta perceber, o governo cuja finalidade fundamental é prover segurança e justiça, resolveu intervir em áreas que não lhe competem pela sua própria natureza, prover saúde, educação, cultura, serviços de toda natureza, de armazenagem a transporte, de bancos a companhias elétricas.
Qual o resultado?
O governo não apenas não consegue fazer bem nada daquilo que não é sua função, como as funções básicas e fundamentais que lhe competem, segurança e justiça, estão um desastre. E não me digam que mudando as pessoas isso pode melhorar.
Precisamos é mudar as ideias que têm nos movido. Urge adotarmos ideias que sejam baseadas na realidade, que sejam verdadeiras e que nos levem ao jeito certo de fazer as coisas.
Para mim, o verdadeiro e o certo é promover a liberdade individual, a livre iniciativa e o livre mercado, onde as pessoas possam realizar seus sonhos sem impedir que os outros possam aspirar e realizar os seus.
E qual o papel do governo para a construção e manutenção de um sociedade livre? Proteger e garantir aos indivíduos seu direito à vida, à liberdade e à propriedade, sem que para isso precise violá-los. Somente assim, nos livraremos da tirania e do atraso.