Não ia comentar o caso envolvendo a jornalista Patricia Lelis e a acusação de estupro que teria sofrido pelo pastor Marco Feliciano, e por alguns motivos. Primeiro, seu então namorado é meu conhecido, e em respeito a ele, achei melhor ficar quieto. Mas confesso que só soube que era ele o namorado depois de já ter decidido me afastar do caso. Logo, há outra razão, mais relevante ainda, e que não tem nada a ver com o caso poder prejudicar a direita: achei tudo muito estranho nessa história desde o começo.
Graças ao feminismo, não só tudo virou estupro hoje (uma a cada cinco mulheres já teriam sido estupradas nas universidades americanas, alguém acredita mesmo nisso?), como basta a mulher usar essa palavra que o mundo do acusado vem abaixo e todos tomam pelo valor de face a acusação. Estupro é coisa muito séria, crime hediondo, um dos mais terríveis que alguém pode ser vítima, e banalizar seu conceito é um segundo crime, uma agressão àquelas que foram mesmo vítimas de estupro.
Desconfiei da narrativa da moça, ainda mais depois que vi as fotos seminuas que ela teria mandado para o pastor, e seu vídeo desmentindo tudo, para logo depois alterar novamente sua versão. Não era preciso ser um Sherlock Holmes para identificar coisas estranhas nisso tudo, e a postura adequada da imprensa era sem dúvida a cautela. Mas a imprensa em geral, assim como as feministas, não podem sentir cheiro de sangue, ainda mais de um evangélico conservador: avançam como piranhas sobre o alvo.
O mundo politicamente correto em nada ajuda nessa tendência. Foi o tema de João Pereira Coutinho em sua coluna desta semana, em que comenta uma “resposta errada” numa entrevista do escritor Jonathan Franzen. Ele teria dito que não tem amigos negros. Pelo visto temos que ter amigos em degradê, atendendo ainda a todas as características de minorias. Claro que logo algum “jornalista” iria atacá-lo por isso, como de fato ocorreu. Assim Coutinho abre seu texto: “Ah, a experiência! Os colunistas são como certos cachorros de caça. A presa ainda não apareceu no horizonte. Mas os nossos caninos já estão espumando de excitação”.
Entendo que o mundo moderno, com as redes sociais, demanda maior agilidade. Mas os jornalistas não podem sacrificar a busca da verdade jamais. Alguns, justiça seja feita, aguardaram maiores informações e foram tentar encontrá-las. Esse foi outro indício que me levou a estranhar a coisa toda: sendo Feliciano o alvo da denúncia, e não um Marcelo Freixo da vida, seria natural esperar que a imprensa, com seu viés esquerdista, caísse em cima do pastor. Mas muitos soltaram apenas notinhas tímidas. Desconfiaram de farsa.
Logo depois, ouvi um breve comentário da moça atacando a “direita toda”, que teria a crucificado (sendo que a maioria ficou em silêncio, aguardando mais informações). E, por fim, a evidência final, ela esteve com Maria do Rosário para trocarem solidariedade sobre o ocorrido, para pedir apoio à petista, que é análogo a um judeu procurar um nazista para se defender do antissemitismo. Ora, Maria do Rosário é aquela que protegeu até o estuprador Champinha, um monstro assassino! Vejam a cena do encontro entre as duas:
Mas feministas, como já cansei de dizer, não querem saber das mulheres, e sim de sua agenda política, de sua ideologia, do socialismo. É por isso que você jamais verá uma feminista elogiando Margaret Thatcher ou Condoleezza Rice, mulheres poderosas, mas com um “pecado mortal”: conservadoras e independentes. Feministas precisam de vítimas para investir no mimimi contra os homens, esses seres malvados (quando brancos e conservadores).
E essas feministas, que odeiam Bolsonaro e Feliciano mais do que odeiam estupradores de verdade, porque são de direita, mergulharam no caso denunciado por Lelis como hienas diante de uma presa. Eis que, agora, já há sinais bem estranhos de que sua história se complica, e de vítima ela já se torna investigada no inquérito policial. Não sei direito o que aconteceu, e acho que ninguém sabe, além dos envolvidos. Tenho minhas suspeitas, mas prefiro guardá-las para mim, pois esse blog não é de fofocas.
Gostaria apenas de usar esse caso como alerta: o mundo anda tão sensível às causas politicamente corretas e completamente dominado pelas “minorias” que precisam bancar eternamente as vítimas, que poucos têm a cautela necessária para esperar por mais informações e julgar devidamente calcado nos fatos. Se a suposta vítima é mulher, negro, índio ou gay, e o suposto agressor é homem, branco, cristão e conservador, o veredito costuma ser dado antes de qualquer verificação.
O que prova como a “marcha dos oprimidos” é, no fundo, um movimento ideológico que tem como denominador comum não a proteção dos direitos dessas minorias, e sim o ataque sistemático aos valores ocidentais. Basta ver o que faz o Black Lives Matter nos Estados Unidos, transformando imediatamente qualquer negro morto por policial num sujeito indefeso vítima de racismo, mesmo quando o indivíduo em questão tem dois metros de altura e mais de cem quilos, ficha corrida enorme na polícia, e estava tentando roubar a arma do policial para matá-lo.
Quando a ideologia vem antes de tudo, é a verdade que acaba sacrificada. Sempre.
PS: Mesmo depois de tudo isso, ainda ficaria de fora desse assunto, em respeito ao meu amigo. Mas como ele mesmo publicou uma mensagem em sua página do Facebook, achei que não havia mais problema em tocar nesse vespeiro. Detalhe: sua mensagem corrobora a ideia de que há forte cheiro de farsa nessa acusação toda: “Voltei, amigos. E solteiro. Fui leal até o limite das minhas possibilidades, mas não podia comprar um atestado de loucura. Em minha credulidade, quase embarquei na maior barca furada da vida. Escapei a tempo. E agora conto com o apoio de vocês para retomar a vida normal”. Boa sorte, meu caro! E cuidado com algumas mulheres…
Rodrigo Constantino