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O liberalismo comentado por Roger Scruton em "Como ser um conservador"

como ser um conservadorScruton dá grande destaque a uma crítica tipicamente burkeana, ressaltada por teóricos liberais e autores como Tocqueville: o alerta para os riscos da “tirania da maioria”. Para ele, o “bom cidadão é aquele que sabe quando o voto é a forma equivocada de decidir uma questão, bem como quando o voto é a forma correta”, tendo sido “o grande presente do liberalismo político para a civilização ocidental” a “elaboração de condições em que a proteção é oferecida ao dissidente, e há a substituição da unidade religiosa pela discussão racional entre os antagonistas”. Não cabe, portanto, acreditar que um democratismo radical de inspirações rousseaunianas, levando em consideração apenas os anseios e afobações de uma “maioria”, possa conduzir uma sociedade ao sucesso; tanto o pensamento conservador de Scruton quanto os de teóricos liberais apelam para a República aristotélica, com limitações institucionais para todos os tipos de poderes – inclusive, mesmo contrariando o politicamente correto, aquele que vem da “maioria”, resguardando os direitos dos indivíduos e grupos minoritários a existir e expressar suas posições. Esta última questão, vale frisar, não pode ser confundida com a concessão de privilégios a essas minorias, como a Nova Esquerda, também alvo dos ataques de Scruton, vêm se notabilizando por sustentar.

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