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“O modelo, meu querido, é meu”
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“Na hora de se defender, todo mundo tem o direito de falar o que quer. O modelo, meu querido, é meu. Eu não tenho conhecimento de nenhum investimento dessa envergadura antes do meu governo, antes de 2013. Você me mostra aonde”.

Foi o que disse a presidente Dilma em Santa Catarina, depois de afirmar que o país passou 20 anos sem investimento em infraestrutura (isso inclui os 8 anos de Lula?). Concordo e discordo. Primeiro, a discordância.

Não é verdade que o país ficou esse tempo todo sem investimento, ou que algo mudou muito com Dilma. No fundo, o Brasil tem tido pouco investimento em infraestrutura em todos os últimos governos. O custo Brasil ainda é muito alto, e nenhum deles fez as necessárias reformas estruturais.

Mas o PSDB privatizou setores e empresas importantes, como o próprio setor de telecomunicações, e isso atraiu muito investimento (quase R$ 200 bilhões nos primeiros anos). As ferrovias também foram vendidas e bilhões foram investidos. Parte do setor elétrico passou pelo mesmo processo. Dilma, portanto, inventa factoides de olho nas eleições.

Quanto à concordância, não há como negar que o modelo é dela. O modelo que tem 70% de financiamento do BNDES, sem marco regulatório decente, que faz licitações e depois fica anos sem fazer novas rodadas por fatores ideológicos (como no setor de petróleo), que atrai grupos inexperientes para controlar ativos importantes (como em alguns grandes aeroportos), e que fez com que a Odebrecht tomasse conta do país, praticamente – este modelo é mesmo de Dilma.

Após anos na oposição condenando todas as privatizações, entrando com liminares na justiça, fazendo terrorismo eleitoral durante as campanhas, eis que o PT resolve privatizar também e ainda posa como o criador de um modelo todo especial que atrai mais investimentos. A cara de pau, minha querida, é sua!

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