O funcionalismo brasileiro, graças a suas garantias de estabilidade no emprego e ao poder político de obter reajustes salariais, tem conseguido elevar sua participação na renda nacional. É o que mostra reportagem da Folha de S. Paulo deste domingo (21/07), ao apontar que os gastos com funcionários ativos da União, Estados e Municípios aumentaram de 12,3%, em 2014, para 13,6%, ou R$ 927,8 bilhões, no ano passado.
Parte da expansão dos percentuais estaria associada à queda do PIB em 2015 e 2016. Mesmo assim, a tendência de alta persistiu nos anos seguintes. Nas estatísticas do FMI, dificilmente se encontram países que destinem mais de 13% do PIB ao pessoal ativo. O nível atípico de despesas não estaria tão relacionado ao número de servidores, 11,5 milhões, mas às suas elevadas médias salariais. Segundo o Banco Mundial, a diferença de remuneração entre os setores público e privado, no Brasil, chega a 67%, a maior num grupo de 53 países.
A desigualdade nas aposentadorias também segue esse padrão, e a reforma previdenciária preparada pela equipe de Paulo Guedes tenta reverter parcialmente o quadro. Não é absurdo falar em marajás do setor público diante dessa realidade, ou até mesmo usar a expressão marxista “luta de classes”, desde que reconhecendo que não se trata de um embate entre capital e trabalho, mas sim entre pagadores e consumidores de impostos. O capital e o trabalho estão juntos nessa batalha por sobrevivência e crescimento, enquanto o grande dreno costuma ser justamente o setor público.
Um levantamento feito pelo GLOBO com base em dados enviados pelo Ministério da Economia mostra que, proporcionalmente, o gasto da União com a elite do funcionalismo é quase o triplo da despesa com os outros servidores públicos. Só no Poder Executivo, a folha dosfuncionários na ativa custará aos cofres públicos cerca de R$ 108 bilhões neste ano, segundo a pasta. Desse montante, R$ 5,9 bilhões (5,46%) são destinados a pagar vencimentos e benefícios das cinco carreiras mais bem remuneradas, que reúnem 13,8 mil trabalhadores. Assim, o gasto por pessoa neste grupo chega a R$ 421 mil por ano. Para os 608 mil restantes, a média da despesa per capita anual é de R$ 167 mil.
Os dados fazem parte de um diagnóstico da equipe econômica, que se prepara para enviar ao Congresso uma reforma administrativa — revisão das carreiras no serviço público. A agenda é considerada uma das pautas prioritárias, após a reforma da Previdência . O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já sinalizou que espera que o governo envie a proposta ainda neste semestre, mas, segundo fontes, é possível que o assunto fique para 2020.
Como fica claro, a esquerda pode falar o que quiser, fazer demagogia com a questão nordestina, bancar a defensora dos pobres e oprimidos, mas na prática é ela que defende o grosso desses privilegiados do setor público. Brasília virou um oásis blindado contra as crises econômicas que o próprio governo produz.
13 milhões de desempregos, outros tantos milhões de subempregos, salários estagnados, enquanto os funcionários públicos desfrutam de estabilidade, bons salários relativos e aposentadorias extremamente benéficas, sem elo com aquilo que efetivamente pouparam ao longo da vida de trabalho.
A obsessão do discurso esquerdista com a desigualdade entre ricos e pobres mascara essa triste realidade: o que socialistas defendem, no fundo, é o grupo dos privilegiados, incitando a inveja contra aqueles que ficaram ricos de forma legítima no livre mercado para justificar a pilhagem dos trabalhadores de classe média pelo governo, perpetuando esse sistema injusto. Não caia nessa ladainha esquerdista, caro leitor!
Rodrigo Constantino
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