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Em vários artigos, já apontei para a hipocrisia ou incoerência de boa parte da esquerda “progressista”, que fala em nome do amor, da tolerância e da diversidade enquanto destila ódio, preconceito e intolerância em cada ação. São, na melhor das hipóteses, vítimas de autoengano, que precisam se convencer de sua bondade por excesso de repetição, ou canalhas que mentem deliberadamente, na mais provável delas.

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Ainda que exista material farto dessas contradições, a ponto de uma página nas redes sociais existir só para expo-las (Ódio do Bem), é raro um caso de confissão explícita. Foi o que aconteceu com o músico Tico Santa Cruz, figura caricata da esquerda brasileira, defensor do indefensável PT.

Tico não é levado a sério por mais ninguém sério, mas ainda assim tem sua turba de seguidores, gente que se espelha nele de alguma forma (pobres pais). E num surto de sincericídio, eis que o rebelde “artista” confessou os reais desejos que habitam aquele coração “puro”. Seguem alguns trechos:

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Existe uma parte de mim que tem muito ódio. Não é esse ódio que se fomenta em ataques de redes sociais, é um ódio destruidor. Um ódio que se assumido não pouparia vidas, talvez tivesse até um certo prazer em acabar com elas. Uma parte de mim que não sentiria remorso nenhum em cometer covardias e ataques que causassem estragos definitivos. 

Esse monstro que existe dentro de mim, fantasia cenas dantescas. Massacres, coisas que fariam essas pessoas que aplaudem ditadores e torturadores parecerem palhacinhos de circo. Fui criado no meio de conflitos graves. Brigas que incessantemente me faziam questionar qual o propósito de estar vivo. Cresci ouvindo gritos, presenciando violência, vivenciando intolerância. 

Mas a minha melhor parte prevaleceu. Porque foi trabalhada, foi estimulada, encontrou um objetivo de vida, amigos, filhos, amor. E durante muitos anos foi se tornando a parte dominante da minha personalidade. A terapia me ajudou muito a trazer à tona os sentimentos positivos, a perceber que neles poderia encontrar caminhos para viver uma vida mais bonita, mais sensível, poética, artística, política, socialmente afetuosa.

É claro que em muitos momentos minha porção ódio, violência, busca brechas para dar as caras e algumas vezes conseguiu colocar os braços para fora. E como me envergonho desses episódios. Mas não posso fazer um movimento de negação da existência desse sentimento! Para controlá-lo é preciso identificar o impulso e ter força para que ele não me controle. Com o tempo fui desenvolvendo essa relação e amadurecendo minhas escolhas. 

Tem dias que sinto vontade de ter uma metralhadora e sair descarregando toda minha raiva nas pessoas que pregam esse sentimento descabido, ódio contra ódio. Como seria? Degolar quem prega violência, torturar quem prega tortura, tipo – colocar um balde com um rato dentro, amarrar o balde na bunda dessa gente odiosa e esquentar o balde até que o rato entrasse em desespero e fosse com os dentes arregaçando a única saída que teria para escapar de ser queimado. Já imaginei colocar carro bomba em frente ao congresso nacional, comprar uma dúzia de armas e invadir uma sessão dessas onde eles votam por seus próprios privilégios e apertar o gatilho sem dó, principalmente nos hipócritas e falso moralistas! Pegar candidato fascista, trancar num quarto e arrancar as unhas dos pés, os dentes com alicates e depois jogar o corpo aos porcos. Tudo isso passa pela minha cabeça, mas eu olho pra minha vida, para o que construí, para meus filhos, para minha família e sinto o quanto é mais proveitoso ser um ser humano que se dedica em construir um lugar onde eles e todas as pessoas possam viver em harmonia, mesmo com todas as diferenças. 

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De todos os meus desejos mais insanos, o que me dá mais vontade de colocar em prática é o de encontrar essa gente que entra na minha página para me ofender, me difamar, e com minhas próprias mãos cortar um dedo de cada vez para que nunca mais na vida pudessem digitar nada!

Quanta ternura! Quem quiser acreditar que o músico realmente domesticou seu ódio é livre para tanto, mas eu recomendaria cautela – e certa distância. Nunca se sabe quando esse “outro lado” pode vir à tona, dominar o outro mais fraternal, e colocar em prática tantos desejos sombrios.

O esquerdismo radical realmente parece ser uma doença mental, como o Dr. Rossiter apontou. Leandro Ruschel comentou sobre a verborragia do cantor: “Como quase todo esquerdista, esse sujeito tem sério problemas mentais. Ele precisa claramente de um tratamento. Além disso, demonstra que oferece riscos para a sociedade”. Imaginar alguém como Tico Santa Cruz possuindo armas é um argumento excelente para algum tipo de controle estatal, especialmente na hora do teste psicotécnico. Nem todos deveriam ter a liberdade para comprar uma arma, isso está claro.

Em sua conclusão, depois de expor tanto ódio “contido” em seu coração, Tico tranquiliza a todos com uma mensagem de amor: “Nesse momento, expondo essa parte podre com a qual fiz contato hoje, posso dormir ciente de que quem comanda sou eu. E sendo assim prevalecerá em mim o que tenho de melhor, a empatia, a compaixão, o respeito pelo próximo. Só tenho a agradecer aqueles que me ajudaram a encontrar o auto-conhecimento. Porque motivos não me faltariam para colocar em prática toda a crueldade e a violência que vivi e aprendi. Que bom que aqui dentro de mim, até hoje venceu o afeto”.

Percebe-se. Podemos apenas imaginar como ele seria se o “outro” lado tivesse vencido. Pensando bem, melhor nem imaginar. Teria que ser um eleitor de Lula, um defensor de Maduro! A catarse pode significar, claro, que ele mantém todos esses desejos apenas na fantasia, e consegue de fato recalca-los, até mesmo usando sua “arte” para tanto. A perversidade está em quem sai da fantasia e parte ao ato. Mas é bom atentar para sua última frase: até hoje venceu o afeto. Até hoje. E amanhã?

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PS: Não tenho vontade alguma, nem na fantasia, de colocar Tico num quarto com ratos ou arrancar seus dedos por ele defender o comunismo. Meu sincero desejo é que ele procure ajuda profissional e realmente consiga se libertar de vez desse ódio todo alojado em sua alma. A esperança é a última que morre, e como o Padre Brown, penso que a maioria é passível de salvação, desde que honestamente arrependido de seus pecados.

Rodrigo Constantino