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O país da impunidade: soltura de Bruno é um escárnio!
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O Brasil é o país em que uma filha que participou do frio e cruel assassinato dos próprios pais – um crime que só não é mais hediondo do que o contrário, quando os pais matam o próprio filho – recebe indulto para sair da prisão no dia das mães. É o país da piada pronta, mas uma piada de muito mau gosto, macabra.

Pois bem: nesse país da bagunça e da impunidade, eis que outro assassino, mandante de um crime com requinte de crueldade assustador, fica em liberdade apenas seis anos depois do ato, mesmo tendo sido condenado a 22 anos – o que, diga-se, já é ridículo e coisa de país da impunidade.

O ex-goleiro do Flamengo foi liberado após a emissão de um habeas corpus, concedido pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, para a revolta de todo brasileiro decente que ainda sonha em viver num país de primeiro mundo algum dia (distante, distante). Bruno  deu uma entrevista logo depois da soltura, bancando o bom rapaz arrependido, o que sempre acalenta alguns corações jecas por aí. Ele disse:

“Independente do tempo que eu fiquei também, eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, se tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil… não ia trazer a vítima de volta. Eu quero deixar bem claro que eu vou recomeçar. Não importa se seja no futebol, não importa se seja em outra área profissional, mas como eu vou estar na área do futebol, é o que eu almejo pra mim”.

Atenção aos desatentos: nenhuma punição traz a vítima de um assassinato de volta! Eliza Samudio, que foi sequestrada, morta e teve seu cadáver escondido, nunca irá voltar. E quem acredita no contrário está na área do misticismo. A função da prisão não tem nada de mística ou de ficção científica. Ela serve para punir e ponto. Eis sua primeira e mais básica função, extremamente civilizatória.

Leia o texto na íntegra aqui.

Rodrigo Constantino

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