Por Lucas Berlanza, publicado pelo Instituto Liberal
Pelo menos é o que se deduz de uma entrevista publicada em veículo do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior – uma lástima, mas que lamentavelmente não é surpresa alguma.
A entrevistada era Rita Laura Segato, argentina em vias de se naturalizar brasileira, professora titular da UnB, vinculada aos programas de pós-graduação em Biologia Ética e Direitos Humanos, identificada como “uma das maiores pesquisadoras em estudos feministas e de gênero com enfoque nas violências praticadas contra as mulheres”. Sua atividade a faz circular por vários países da América Latina.
Na entrevista, Rita defendeu, entre outras coisas, o conceito de “feminicídio” – a ideia de mortes de mulheres causadas por homens pelo simples fato de elas serem mulheres, o que, para não poucos, deveria ser levado adiante e tornar mais grave o assassinato de mulheres que o de homens, como se a vida de uns valesse mais que a de outros aos olhos da lei.
Também sustentou, como responsável pelo projeto original do programa de cotas para indígenas e negros na UnB, que “o maior ganho proporcionado pelo programa de ações afirmativas, com a criação de cotas para negros e indígenas, foi que a raça passou a ser nomeada”, mas que, infelizmente, no percurso que leva a suas carreiras, “os estudantes negros se esqueceram do coletivo de origem que os qualificou para ingressar na universidade e também se esqueceram de tomar consciência sobre a história da implementação das cotas”. Em outras palavras, essa “brilhante” intelectual é mais uma que cultiva um amor secreto pelo racismo enquanto se jacta de combatê-lo. O estudante negro é importante enquanto sua “raça” (sic) for nomeada, estiver em destaque, enquanto ele se comportar como o gado subordinado aos senhores “esquerdistas” de engenho, que tudo que desejam é explorá-lo para ocupar espaço no imaginário popular e nas estruturas de poder. Pessoas como Rita não querem libertá-lo, não querem emancipá-lo, não querem que tenha uma profissão e seja bem-sucedido; querem que se sinta agarrado a um “coletivo”, a um “bando”, cumprindo direitinho a sua função em esquemas que não lhe dizem respeito. Não querem uma sociedade sem segregação; querem dividir para dominar.
Porém, apesar dessa patifaria, o que mais chamou a atenção foi sua análise da suposta “onda reacionária fundamentalista” que estaria dominando o Congresso nacional e fazendo frente às “pautas feministas”. Em sua interpretação, grupos como o “religioso-fundamentalista e o agronegócio” estão ocupando “espaços institucionais”, agindo de maneira análoga ao “período pré-nazista na Alemanha” (claro, porque para essa gente absolutamente tudo tem a ver com Hitler). Haveria aí a ação de um “fundamentalismo”, que, ela aparentemente gostou de frisar, “não é apenas muçulmano” – porque, claro, qualquer coisa que os evangélicos e “ruralistas” do Congresso tenham feito se equipara aos atentados terroristas dos radicais islâmicos (aham!).
Ela então se pergunta por que a questão de “costumes” e valores é tão importante para “preocupações de cunho político e econômico”. A resposta? É que os grupos de interesse desse “fundamentalismo” estão preocupados em que seja atingida a “matriz heterossexual que rege a nossa sociedade”. Afirma peremptoriamente: “todas as outras formas de desigualdades existentes são transformações da matriz heterossexual. É tão difícil retirar o feminino da posição em que se encontra porque ele é a pedra fundamental das diferenças.”
Pergunto: alguém é capaz de enxergar algo de “científico” nesse tipo de discurso? Qual é a base técnica, natural, estatística para afirmar que tudo que se faz, todos os supostos privilégios erigidos na sociedade, todo o espectro das aberrações “neoliberais” que a esquerda vislumbra existirem no controle do mundo, tudo isso deriva do fato de que a maioria da espécie humana é constituída de pessoas que sentem atração sexual por pessoas do sexo oposto? Atração essa, diga-se de passagem, fundamental para que a nossa espécie CONTINUE A EXISTIR, já que, por óbvio, instiga a única forma de relacionamento sexual capaz de propiciar a REPRODUÇÃO?
Que a esquerda vive à caça de inimigos imaginários para chamar de seus, de tiranos metafóricos para alvejar, já é “arqui-sabido”; que sua obsessão recente tem sido destruir todos os padrões e referências a fim de laurear qualquer devaneio hedonista, também. Daí a retirar aquela história do “daqui a pouco será crime ser heterossexual” do terreno da piada e levar a sério, já será um pouco demais para mim… Pelo visto, apesar de ter sido casada e ser mãe de dois brasileiros, Rita está abrindo brechas para que se dê um passo nessa direção – e provavelmente não está sozinha nisso.
Não subestimem essas loucuras. Essas pessoas são financiadas com o dinheiro do povo para fazer esse tipo de “pesquisa”, eufemismo para algo que é pouco mais do que delírio ideológico e bravata ofensiva contra as pessoas decentes que, em vez de denunciar os males da “matriz heterossexual” da sociedade e de repreender os negros porque eles não estão conscientes do seu “coletivo de origem”, estão trabalhando honestamente e ganhando as suas vidas.
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