Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Ser capitalista não se resume à acumulação de capital. Na realidade, acumular capital é a parte menos importante da atividade de um capitalista.
Acumular capital para um capitalista é o mero resultado da atividade de criar valor para si através da criação de valor para outros em processos inovativos, cooperativos e de trocas voluntárias para mútuo benefício.
Socialistas podem acumular capital, vejam as fortunas legadas por Fidel Castro ou Hugo Chávez. Ninguém pode dizer que o comunista cubano e o socialista de Caracas eram capitalistas.
Capitalista, antes de qualquer coisa, é um advogado, principalmente pelo exemplo, do livre-mercado, onde o que vale mesmo é a criação de valor através da livre iniciativa e do respeito à propriedade privada.
Capitalistas não agem para acumular capital através de relações espúrias com quem tem o poder coercitivo nas mãos. Capitalistas não querem reservas de mercado, barreiras ao comércio local ou internacional, subsídios, financiamento privilegiado, entre outras práticas nocivas ao livre-mercado, à concorrência, à propriedade intelectual, aos contratos estabelecidos.
Aqueles que usam a coerção como instrumento para a acumulação de riqueza não fazem o que os capitalistas se propõem que é criar valor. Quem usa de coerção não cria valor, apenas coleta o valor criado por alguém transferindo-o para si. Esses acumuladores do valor criado por terceiros, subtraído deles com o uso da coerção, atendem por outros nomes. Comunistas, socialistas, fascistas, corporativistas, tipos pertencentes à fauna coletivista estatista, acumulam riqueza através da coerção, são bárbaros enrustidos, pilhadores sofisticados que se escondem atrás da lei, da polícia e de servidores públicos togados para ganharem o seu quinhão num jogo de soma zero.
Capitalistas de verdade não jogam outro jogo que não o do ganha-ganha, aquele que se baseia na máxima: “se está bom para ti e está bom para mim, então estamos combinados”. É essa a fórmula da criação de valor.
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