Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal
Depois de 13 anos e 5 meses, período no qual o Brasil saboreou seu “melhor momento econômico”, segundo Lula, o PT entrega um país com 33 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, 39,5% da população sem ensino fundamental completo, 13% de analfabetos, 35 milhões sem acesso a água tratada, 100 milhões sem acesso a sistemas de coleta de esgoto, sendo que 4 milhões de pessoas sequer contam com banheiro nos locais onde residem.
Depois de 13 anos e 5 meses, período no qual o pré-sal foi descoberto e que, segundo os petistas, alimentaria o grande salto de desenvolvimento do Brasil, ocupamos a 120° posição no ranking de qualidade de infraestrutura, a 112° posição no ranking de liberdade econômica, a 75° posição no ranking de desenvolvimento humano e a Petrobrás tornou-se a empresa mais endividada do mundo. O Brasil continua importando combustível.
Os 60 mil assassinatos por ano colocam o país no topo do ranking mundial de violência urbana.
Resumindo, o Brasil continua um país tão pobre, tão atrasado, tão mal educado e tão violento quanto sempre foi, porém, vivendo o pior momento econômico de sua história, com desemprego acima de 10%, recessão de 4% prevista para 2016 e um retrocesso acumulado de 8% até 2017, com uma dívida bruta de quase 70% do PIB.
O Partido dos Trabalhadores fez o Brasil voltar ao passado, mas há o que comemorar.
A era petista, especialmente o governo Dilma, coincidiu com a revolução da informação que vem ocorrendo em todo mundo.
Enquanto os socialistas cobravam do governo medidas de “democratização da mídia” – eufemismo para desmantelamento de jornais e redes de televisão −, o capitalismo tornava computadores e telefones celulares conectados a internet acessíveis a um número cada vez maior de pessoas, proporcionando a construção de uma rede mundial e espontânea de informação que está obrigando a tradicional imprensa a se reformular. Graças às ambições das grandes corporações de tecnologia, centenas de milhões de indivíduos tornaram-se os repórteres do nosso tempo, refutando as mentiras dos grandes jornais, denunciando a parcialidade das grandes redes de televisão e inviabilizando a existência da mídia impressa.
Graças a revolução da informação, as campanhas publicitárias do governo têm cada vez menos eficácia; cada número ou obra apresentada é refutada minutos depois por pessoas comuns que mostram a realidade dos fatos através de imagens, vídeos e testemunhos.
Foi um grande azar para o PT ter chegado ao poder nessa época. Mesmo com todo o dinheiro e com toda a estrutura do governo, não conseguiu controlar o discernimento de dezenas de milhões de pessoas.
Graças a incompetência, a arrogância, a roubalheira e as mentiras do PT, as pessoas começaram a questionar a esquerda e procurar se informar melhor sobre a direita; e nessa procura descobriram as ideias liberais e libertárias. Pessoas comuns, que outrora eram reféns de dois ou três canais de televisão, se viram diante de uma fonte infinita de informações.
Quem quis, soube a verdade a respeito da ditadura cubana e de outros regimes comunistas, descobrindo as semelhanças entre eles e o fascismo.
Quem quis, soube a verdade a respeito do regime militar no Brasil, que os “heróis” reverenciados pela esquerda estavam a mando de ditaduras imensuravelmente mais violentas e totalitárias do que a brasileira.
Quem quis, percebeu que os partidos de bandeira vermelha no Brasil não são nada menos do que partidos comunistas; e foi isso o que construiu a rejeição ao PT, fazendo com que grande parte de seus eleitores se transformassem em seus maiores críticos.
Para o desespero do movimento comunista brasileiro, não apenas a direita conservadora representada por Bolsonaro ganha popularidade, mas também pessoas e canais liberais e libertários. O Instituto Liberal e oInstituto Mises são cada dia mais visitados. Nos dias que antecederam o impeachment, os quatro sites de política mais visitados são de direita, representando nada menos do que 40% do número total de acessos. A terceira posição nesse ranking é ocupada pelo Spotniks, protagonizado pelo brilhante Filippe Hermes e que conta com uma equipe de apenas dois articulistas e dois profissionais de TI, deixando para trás portais de grandes jornais e sites patrocinados pelo governo. Entre a 5° e a 25° posição, constam apenas 7 sites de esquerda, somando míseros 15% dos acessos.
Para o desgosto da esquerda, o número de visitas ao blog do Rodrigo Constantino só vem aumentando desde que ele saiu da revista Veja. No google, as buscas por matérias sobre Ludwig von Mises já superam em duas vezes as buscas por matérias sobre John Maynard Keynes. Bruno Garschagen se tornou bestsellerem seu livro de estreia. Livros e artigos não alinhados ao socialismo são cada dia mais lidos, desbancando em muito as publicações relacionadas a esquerda. Dos 9 ebooks sobre política mais vendidos pela Amazon, 7 são de autores conservadores, liberais e libertários. Nunca antes na história desse país, o marxismo foi visto como algo tão velho, tão atrasado, tão mal cheiroso.
Graças a revolução da informação, os brasileiros estão percebendo as intenções totalitárias do PT e dos partidos que o apoiam; estão vendo que esses partidos também apoiam a ditadura cubana e o regime bolivariano implantado por Ugo Chávez e continuado por Nicolás Maduro, o mesmo líder socialista que disse que o impeachment de Dilma foi um golpe de estado e que dois dias depois decretou estado de exceção na Venezuela, intervindo nas empresas privadas e ameaçando prender empresários que se recusem a trabalhar para o governo. Hoje, o povão enxerga tudo isso na telinha de seu celular.
A sociedade brasileira está se politizando na mesma medida em que se livra da influência marxista, tomando conhecimento do mundo que existe além dos mantras e das liturgias comunistas.
Para o desespero da extrema-esquerda brasileira, já existe nas universidades movimentos conservadores, liberais e libertários para ocupar os centros e diretórios acadêmicos.
Graças ao PT, houve um racha na sociedade. Se até dez anos atrás a sociedade era influenciada por partidos e militantes de extrema-esquerda, hoje, esses militantes gritam apenas para si mesmos, já que a maior parte da sociedade já consegue identificar extremismos, falácias e alternativas.
Depois de treze anos e cinco meses de PT, formamos uma sociedade muito mais consciente e interessada no que acontece nas câmaras e nos palácios do Brasil.