Por Adolfo Sachsida, publicado pelo Instituto Liberal
Antes de informar ao leitor sobre minhas previsões para 2017 (que estão na parte final do texto), deixo aqui registrado um modesto: eu não sei o que irá ocorrer em 2017. Esta é a melhor previsão possível para 2017. Em minha defesa, afirmo que qualquer bom economista terá a mesma resposta que eu. Em minha experiência, nos últimos 20 anos, nunca foi tão difícil prever o que acontecerá no ano seguinte como agora. Tudo pode acontecer, como pode também não acontecer.
Para efeitos de credibilidade, você pode conferir minhas previsões anteriores aqui:
a) Previsões para 2016 (feita em 26 de dezembro de 2015)
b)Previsões para 2015 (feita em 5 de dezembro de 2014)
c) Previsões para 2014 (feita em 18 de dezembro de 2013)
d) Previsões para 2013 (feita em 12 de dezembro de 2012). Peço a atenção do leitor para essa passagem que escrevi ainda em 2012 quando elaborava as previsões para 2013:
“Se o governo insistir no curso atual da política econômica teremos, a partir de 2015, o mesmo problema que enfrentamos no final da década de 1970 e começo da década de 1980: inflação alta, crescimento baixo e desemprego alto. Este blog insiste em se REPETIR: estamos no caminho de reviver a década perdida, estamos cometendo os MESMOS ERROS que já foram cometidos na década de 1970 e que geraram 30 anos de baixo crescimento para a economia brasileira“.
e) Resumo de algumas das previsões gerais feitas pelo blog desde 2009 (escrito em 5 de dezembro de 2013).
Mas agora vamos ao que eu acredito que deva ocorrer em 2017:
PIB: +1,5% (isso mesmo, iremos crescer ano que vem)
Inflação: 5,5%
Desemprego: continuará ao redor de 12% (infelizmente o desemprego continuará a ser um problema sério)
IBOVESPA: acho que será um ano ruim para a Bolsa. Claro que ações individuais podem ter destaque, mas o índice como um todo deve ter um desempenho similar a inflação.
Mercado imobiliário: acho que vai continuar patinando até junho, daí em diante acho que estabiliza.
Contas públicas: será mais um ano horroroso para as contas públicas. O próprio governo federal prevê um déficit primário da ordem de R$ 139,5 bilhões. Confesso que, em minha modesta opinião, tal déficit não é sustentável. Medidas adicionais terão que ser tomadas. Mas o problema mesmo virá dos estados e municípios. Em 2017 será a vez dos municípios pararem de pagar o salário de seus funcionários (o que já acontece hoje com diversos funcionários estaduais). As contas de previdência de diversos estados e municípios são impagáveis. E em 2017 isso ficará claro de uma vez por todas.
No campo externo a maior ameaça ao Brasil continua sendo o aumento das taxas de juros americanas. Isso sim pode complicar razoavelmente a nossa situação. Por sorte tais taxas ainda continuam num patamar baixo, mas cedo ou tarde elas voltarão ao patamar normal. O Brasil precisa realizar urgentemente suas reformas econômicas ANTES que as taxas de juros americanas retornem a níveis históricos.
A verdade cruel é que em 2017 tudo pode acontecer, mas tudo pode também não acontecer…