Certa vez, meu ex-chefe, que fez doutorado em Chicago, disse que a coisa mais impressionante quando voltou ao Brasil foi perceber como a turma – no caso de economistas – estava acostumada com o cheiro de bosta em seu cotidiano. Bastava colocar o nariz para fora, porém, para sentir o insuportável odor. Era uma analogia para retratar nossos “especialistas” ambientados nas ideias mais ultrapassadas, sem qualquer capacidade de enxergar mais de fora, de cima.
A tese do sapo escaldado captura bem essa imagem. Os brasileiros se adaptam à sua triste realidade, e passam a incorporar no dia a dia coisas absurdas, anormais, bizarras. Quando o assunto é segurança, o Rio de Janeiro se destaca. O povo trabalhador, sem ter muito mais o que fazer, passa a considerar normal se jogar no chão, ficar embaixo do carro, quando algum arrastão qualquer ocorre, e há reação policial. Em meio ao tiroteio, ao confronto, só resta mesmo rezar em contido desespero, como essas cenas chocantes:
Eis o cotidiano dos cariocas! Minha irmã pegou um Uber outro dia cujo motorista comemorava que não rolava tiroteio na Linha Amarela há dois meses! O tom por ele usado foi de tranquilidade, como se fosse uma conquista. Pouco depois ocorreu essa cena do vídeo, para zerar a contagem.
Vou levar a família para ficar algumas semanas no Rio, e já bate aquele desespero: ver o bebezinho chorando e os pais em pânico, sem nada para fazer, é de partir o coração. Pode ser eu amanhã. Como deixamos a coisa chegar a esse ponto?
E como os idiotas “progressistas” ainda ficam enaltecendo traficantes, demonizando a polícia “fascista”, tratando bandido como “vítima da sociedade” e pregando o desarmamento do cidadão de bem?! Depois o Projaquistão não entende Bolsonaro em primeiro lugar nas pesquisas. Saiam de suas bolhas!
O povo não aguenta mais. Isso não é vida! Somos reféns dos marginais, estamos presos em casa, com medo. Aqui de fora essa percepção fica bem mais nítida: como foi que os cariocas passaram a considerar tanto absurdo como algo normal? Por que banalizaram o absurdo?
É questão de tempo até cada um ser vítima dessa situação. Não há blindagem suficiente. Outro dia aconteceu com meu amigo Ubiratran Iorio, professor “austríaco” de economia. Ele relatou em sua página no Facebook o episódio: “Amigos, fomos assaltados, eu e minha mulher, cerca de 22:30, no táxi em que voltávamos para casa. Eram dois bandidos armados e mais três dentro do carro (que certamente era roubado). Levaram nossos celulares e a bolsa dela com documentos. Agradecemos a Deus por não nos terem feito mal físico. O Rio de Janeiro acabou”.
Sim, o Rio acabou. Ao menos como cidade normal. É um experimento social fracassado, dominado por esquerdistas, por “progressistas” bocós, por marginais mascarados de “justiceiros sociais”. Mas não pensem que isso está restrito ao Rio. Cada vez mais a insegurança toma conta do país. Recife está super violento. Porto Alegre idem, e se antes a elite nem pensava em blindar seus carros lá, agora percebo vários conhecidos de classe média tendo que fazer isso.
O Brasil está tão ruim, mas tão ruim, que a turma que vive na pacata Weston não quer nem visitar! A gente volta a se acostumar com o normal por aqui, com o direito de ir e vir, com a sensação de segurança básica. A gente não consegue ver uma imagem dessas, com as pessoas se jogando no chão e protegendo como podem seus entes amados do tiroteio, e achar isso normal. Não é!
É o retrato de uma decadência civilizacional completa. É o resumo de um estado fracassado. Mas vai avisar ao pessoal da bolha, aos maconheiros que defendem o PSOL, aos energúmenos da esquerda caviar do Leblon, a essas antas que entendem a “lógica” do assalto e sentem peninha dos marginais, não de suas vítimas. Essa turma destruiu o Rio e quase destruiu o Brasil todo. É hora de uma reação radical.
Rodrigo Constantino