Tem coisas que só acontecem no Brasil mesmo. Por exemplo: o maior jornal do país dar destaque ou mesmo criar uma matéria para falar de uma única moça que resolveu mostrar seus peitos na praia. Escrevi aqui sobre meu espanto com o fato de peito de fora ainda ser visto como algo “revolucionário”. Mas o jornal deve precisar muito de assunto, para escrever uma reportagem dessas.
Só pode ser a união entre uma mulher que deseja aparecer e uma jornalista que precisa escrever alguma coisa, qualquer coisa, para justificar seu emprego. Tudo bem, havia um “toplessaço” com 8 mil “confirmados” no Facebook. Mas, uma vez que somente uma infeliz apareceu, o mais sensato era recolher as câmeras e procurar outro assunto. Talvez um mais relevante para a vida das pessoas…
Não foi o que fez a jornalista do maior jornal do Brasil. Vejam seus motivos nobres:
Outra menina chegou, meio sem graça, sem saber o que fazer. Uma repórter veio falar comigo, desesperada: “Minha pauta vai cair. Você aceita ser a primeira a tirar o biquíni?” Eu estava lá para isso, não vi problema.
Em seu depoimento ao jornal, até Cuba foi usada como base de comparação. É nisso que dá ir para Varadero e achar que o lugar reservado para turistas no apartheid cubano representa o cotidiano da vida na ilha caribenha:
Cuba é uma ditadura, um comunismo ferrado, e fazem topless numa boa. O Rio se diz tão moderno e quando uma mulher mostra os peitos é um escândalo. A gente está dando uma de caipira.
Tudo isso virar notícia é mesmo algo espantoso. A esquerda caviar vive numa bolha, muito distante dos temas que realmente interessam ao povo brasileiro. O destaque dado ao casamento de Daniela Mercury é outra prova disso. O “toplessaço” de uma só jamais mereceria um destaque desses no jornal de maior circulação no Brasil.
Já o fato de ter virado matéria sim, merece destaque, como faço aqui, para mostrar a decadência de nosso “jornalismo”. É o topless da Folha, que desnuda seu vazio interior em busca de algum assunto qualquer só para preencher pauta e agradar as “revolucionárias” feministas, que ainda crêem que peito de fora é grito de liberdade.
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