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O verdadeiro Lula – coluna desta semana na IstoÉ
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Já foi dito que o esquerdismo prevalece quando a visão estética de mundo fala mais alto do que a busca pela verdade, ou seja, quando as aparências importam mais do que a essência. A retórica sensacionalista seduz os corações enquanto a mente segue imune aos fatos. O apelo emocional é mais forte do que o argumento racional. A vaidade alimenta a hipocrisia daqueles que só querem se sentir moralmente superiores, sem ter de efetivamente sê-lo. No Brasil, essa postura sempre predominou, culminando no “coitadismo”, traço marcante de nossa cultura. Quem não chora não mama. O sucesso individual é visto como pecado mortal, enquanto as vítimas proliferam feito coelhos, sempre conquistando o poder com sua demonstração de suposta fraqueza. O mito do “bom selvagem” é irresistível para a nossa elite culpada.

Foi assim que se criou o mito do retirante nordestino que virou metalúrgico e depois entrou para a política para combater as injustiças e desigualdades e lutar pelos fracos o oprimidos. Era uma narrativa sedutora, que levava os “intelectuais” ao orgasmo. O marxismo nunca foi parido pelos trabalhadores, e sim pelos pensadores de classe média ou alta. Ele é o ópio dos intelectuais, como disse Raymond Aron. O Lula que iluminava o mundo quando abria a boca era o fantasma de Marilena Chaui. O Lula que lutava pelos desvalidos era a fantasia de Chico Buarque. O PT cresceu graças aos membros dessa elite, que só queria saber das aparências, da estética. Quem tinha olhos para enxergar sabia que o petista nunca deixou de ser um oportunista disposto a só se dar bem, não importa em quem tivesse que pisar. Isso desde as greves, já durante o regime militar.

A decepção de muitos com o “novo” Lula exposto após as delações de Emílio e Marcelo Odebrecht só mostra como essas pessoas foram ingênuas, não quiseram abandonar as ilusões para ver as coisas como elas são. Preferiram permanecer no mundo das aparências apesar de todas as evidências contrárias. Alguns ainda relutam contra os fatos, para salvar o mito.

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Rodrigo Constantino

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