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A passagem de Barack Hussein Obama pelo Brasil é o tema do meu vídeo desta semana, que será divulgado em breve. Mas aqui dou uma aquecida, com foco na questão da juventude. “Precisamos envolver os jovens cada vez mais cedo” [na política], disse Obama, idolatrado pelos jornalistas. O que ele quer dizer com isso?

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Antes, um parêntese: a puxação de saco nos jornais hoje está impressionante. É como se um santo homem tivesse descido dos céus para dar seus fantásticos conselhos, ignorando-se que ele acabou de entregar um legado medíocre e foi incapaz de fazer sua sucessora. A turma ama o Obama falastrão, sua retórica, tendo de deixar de lado o homem real. Fecho o parêntese.

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Apertando a tecla SAP para o que disse o rei da retórica: é preciso doutrinar ainda mais a garotada, e começar mais cedo, pois à medida que o sujeito fica mais velho, ele costuma PENSAR mais, CONHECER mais, e assim abandonar a esquerda. Todo líder populista depositou grande peso na “juventude”, por motivos óbvios, que eu destaquei em Esquerda Caviar, dedicando um capítulo inteiro ao tema. Eis um trecho:

A esquerda caviar não poderia ignorar o jovem. É o futuro, a força revolucionária que criará o novo mundo. Os esquerdistas babam de tanta reverência à “sabedoria” da juventude. Depositam-lhe o poder de conceber esse futuro mais que promissor; fantástico mesmo! Mas o que caracteriza a juventude de fato, para além dessa idealização toda?

Costumam dizer que quem não é socialista na juventude não tem coração, e quem é socialista na idade adulta não possui cérebro. Exageros à parte – até porque teria de assumir minha falta de coração –, acredito que a frase captura bem uma regra, qual seja, a de que os mais jovens tendem a abraçar utopias, enquanto os mais velhos amadurecem e acabam mais céticos.

Paulo Francis, meio de brincadeira e meio a sério, dizia que “todo mundo tem o direito de se portar como um debiloide até os trinta anos”. Faz parte do amadurecimento. O que não fica muito legal é enaltecer essa fase da vida como o ápice da sabedoria. O jovem, de modo geral, não demonstra tanto apreço assim pela razão.

Existem várias possíveis explicações para esse fenômeno. Os mais jovens estão em uma fase de busca por identificação, separação dos pais, da autoridade, e precisam questionar tudo e todos sempre. São rebeldes por natureza. Não são conformistas. O Pink Floyd de Roger Waters, ícone da esquerda caviar, capturou bem a essência da coisa em seu hit clássico:

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We don’t need no education

We don’t need no thought control

No dark sarcasm in the classroom

Teachers leave them kids alone

Hey! Teacher! Leave them kids alone!

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Além disso, a visão de mundo dos jovens costuma ser mais simplista, e a crença em panaceias, em soluções “mágicas”, mais comum. O maniqueísmo impera na juventude, alimentado desde cedo por filmes que definem, claramente, vilão e mocinho. Com o passar do tempo – e com as diversas experiências –, a tendência é substituir essa fé mais ingênua por “soluções” imperfeitas.

Eu sigo destrinchando o fenômeno, mas basta o leitor lembrar como Mao Tse-Tung, o pior ditador de todos os tempos, usou a juventude para sua “revolução cultural”, estimulando até mesmo que matassem ou denunciassem os próprios pais como “contrarrevolucionários”. O PSOL no Brasil também abusa dos jovens, sua massa de manobra para manifestações, apelando para doutrinação ideológica desde cedo.

Obama era um “agitador social” em Chicago, treinado pelo radical Saul Alinsky. Também aprendeu a manipular os jovens para seus fins políticos. A juventude democrata votou em peso no socialista Bernie Sanders nas primárias do partido, um velho sem carisma, que passou a lua de mel na União Soviética, mas que tinha a mensagem “igualitária” mais radical.

A esquerda adora a juventude! Não aquela independente, que pensa por conta própria, que questiona, mas sim aquela mais romântica, de preferência de uma elite culpada e mimada, que quer bancar a revolucionária com a mesada da mamãe e um iPhone novinho em folha. São esses que votam no PSOL e em Obama.

Por isso o ex-presidente quer um sistema de ensino público mais abrangente, e detesta a ideia do homeschool. É preciso ter os doutrinadores disfarçados de professores cuidando da “educação” dessa garotada. Não por acaso os sindicatos de professores são os maiores doadores de campanha nos Estados Unidos, e quase tudo vai para o Partido Democrata, de Obama.

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Mas eis que Obama é reverenciado como a voz da moderação, da boa intenção, contra um lunático perigoso e preconceituoso, que seria Trump. E esse tipo de mensagem vem justamente da imprensa que nossa extrema-esquerda chama de “direitista”. O Brasil não faz ideia do que seja direita, se acha que um esquerdista radical como Obama é mesmo um liberal…

Rodrigo Constantino