Alexandria Ocasio-Cortez é o “rosto novo” do Partido Democrata. Defensora do socialismo, ela recentemente apresentou o seu programa Green New Deal que foi uma das coisas mais constrangedoras da política americana, de tão infantil e autoritário. Já comentei em maiores detalhes o programa, que destruiria em dez anos toda a economia americana. Mas o foco aqui será outro.
Não satisfeita com os vários micos que tem passado com seus comentários idiotas, ela celebrou estes dias a decisão da Amazon de não mais mover para Nova York seu headquarter. Era um plano que geraria cerca de 25 mil empregos na cidade da deputada. Por que exatamente ela ficou feliz com essa decisão?
Em primeiro lugar, a Amazon é uma grande corporação, e portanto ícone do capitalismo malvadão. É papo de PSOL, de DCE de universidade federal brasileira, eu sei, mas é nisso que o Partido Democrata se transformou nos últimos anos. Quem só acompanha política americana pela mídia mainstream brasileira nunca saberia disso, e ainda acha Obama um cara “moderado”.
Mas há mais coisa por trás: o governo “progressista” de Nova York tinha oferecido um “tax break”, ou seja, benefícios fiscais de $ 3 bilhões ao longo de vários anos. Em uma declaração chocante de tão estúpida, mesmo para seu padrão baixo, Ocasio-Cortez disse que a cidade tinha outras prioridades para gastar esses $ 3 bi.
Ela não entende o mais básico de economia, ou mesmo de lógica elementar: um bebefício fiscal não é recurso existente que vai para a empresa, e sim impostos que o estado deixa de arrecadar se a empresa for para lá. Por exemplo: se a carga normal for 30% e o governo oferecer um desconto para 20% para atrair capital, a empresa vai pagar os 20% em vez de os 30%, e essa diferença é o “tax break”. É dinheiro a menos que o governo vai ganhar em cima do que poderia cobrar se fosse a carga cheia.
Mas eis o elementar: esse dinheiro só vai existir se a empresa investir lá. A Amazon desistiu dos seus planos, então não há mais $3 bi de benefício fiscal, não há mais um centavo de imposto extra também. O governo fica com zero, e Nova York perde os 25 mil empregos. E a socialista, a nova face democrata, comemora. Vamos expulsar as grandes empresas daqui – e os empregos que elas trazem, e os bilhões que geram para os cofres públicos. Genial!
Alguém fica surpreso com Trump ser o presidente da América? Eis o nível de concorrência que ele deve enfrentar em 2020 na sua reeleição. O Partido Democrata, assim como a grande imprensa, é cada vez mais extremista, mas o brasileiro que consome “informação” sobre a política americana em nossos principais jornais – à exceção da Gazeta do Povo – jamais saberia disso.
Rodrigo Constantino