A imensa maioria dos meus leitores já viu aquele meu “debate” com Ciro Gomes, ocorrido há mais de uma década. Sim, eu fui “humilhado” pelo truculento, que não deixava eu falar e usava táticas pérfidas para desviar o foco do essencial. O que poucos viram, porém, foi minha fala inicial no Fórum da Liberdade no dia seguinte. Meu painel começou logo depois do de Ciro, que tinha feito uma comparação esdrúxula: um muro na fronteira dos Estados Unidos seria como o Muro de Berlim! Eis como abri minha fala:
Mudei minha opinião sobre o muro e hoje sou ferrenho defensor de sua construção, para impedir a entrada de imigrantes ilegais que estão prejudicando bastante a América. Mas o principal segue intacto: somente alguém muito limitado não consegue entender a diferença entre se construir um muro para impedir a entrada de pessoas de fora e se construir um muro para impedir a saída do próprio povo.
Alguém limitado como Ciro Gomes, ou como Alexandria Ocasio-Cortez, a nova estrela socialista do Partido Democrata. Ela diz tanta besteira – talvez até mais do que o próprio Ciro Gomes – que já foi apelidada por Andrew Klavan (Daily Wire, do Ben Shapiro) de Alexandria Occasional-Cortex. A sacada é genial: de fato, a moça, atendente de bar até “ontem” que virou “especialista” em economia, clima e ciência, só coloca seu córtex para funcional muito ocasionalmente, sendo bem mais a exceção do que a regra.
E sua nova pérola foi justamente comparar o muro que Trump deseja construir com o Muro de Berlim. O muro na fronteira do México seria “moralmente abominável”, disse a esquerdista. Por que exatamente seria moralmente abominável construir muros para proteger os cidadãos de invasores? Isso ela não explica. Por sua “lógica”, liberar geral a entrada de todos seria “moralmente lindo”, e a América terminaria como uma republiqueta latino-americana em algumas décadas.
O “argumento” de superioridade moral, aliás, é o único que Occasional-Cortex sabe usar. Assim ela não precisa ligar para os fatos, para explicações lógicas, para coerência: tudo vira “sentimento”, e ela estará sempre do lado certo, pois fala em nome da “moral correta”. Quando seu totalitário e infantil Green New Deal foi ridicularizado por quase todos, ela se defendeu justamente assim: não olhem para “detalhes” sobre como executar um plano tão estúpido; olhem para as lindas intenções morais do troço!
Socialist Rep. Alexandria Ocasio-Cortez (D-NY) says the wall is “a moral abomination. I think it’s like the Berlin wall”
The Berlin wall was built to stop East Germans from escaping into West Germany
The goal of the border wall is to stop illegal immigration and trafficking pic.twitter.com/MbFWitkFBi
— Ryan Saavedra (@RealSaavedra) February 18, 2019
E eis que um muro para impedir entrada de ilegais se torna equivalente a um muro para bloquear a saída do próprio povo. É mais ou menos como comparar o muro da nossa casa com o muro de uma prisão. Sim, ambos são muros. Sim, ambos visam a impedir de alguma forma o acesso. Mais eis a “pequena” diferença: enquanto o muro da nossa casa pretende manter os marginais do lado de fora, para dar segurança aos familiares, o muro do presídio tem como meta manter os marginais afastados do convívio social, porque cometeram crimes.
Tratar os dois como iguais pois ambos são “muros” é algo que só alguém muito burro faria. Não é mesmo, Alexandria? Ou um demagogo, claro. Não é mesmo, Ciro Gomes?
Rodrigo Constantino
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