Quando decidi morar nos Estados Unidos, uma das coisas que tinha em mente era ampliar minha pauta de artigos com a experiência local, comparando-a com nossa realidade brasileira. O resultado está numa parte do livro Brasileiro é otário? – o alto custo da nossa malandragem, lançado em 2016. Infelizmente, não deu tempo de incluir mais coisas, pois à medida que o tempo passa, temos um contato maior com o cotidiano dos americanos para contrastar com o dia a dia em nosso país.
Nesta semana, por exemplo, troquei de carro pela primeira vez. E que choque essa experiência me deu! O brasileiro, mesmo o que já veio visitar os Estados Unidos como turista, não pode ter muita ideia de quão simples é essa atividade de comprar e vender carros novos ou usados aqui. Tudo se resolve no mesmo dia, em poucas horas! É quase inacreditável quando lembramos no transtorno, da burocracia, da desconfiança generalizada que impera no Brasil.
Após uma rápida avaliação superficial do valor do carro pela internet, fui a uma espécie de supermercado de carros aqui perto. Lá chegando, disse que queria vender, e não comprar. O rapaz da loja pegou alguns dados em coisa de dois minutos, e pediu 45 minutos para um técnico fazer um breve levantamento das condições do veículo. Em meia hora tinha o resultado, e me apresentou o valor que pagariam pelo carro.
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PS: O artigo está tendo grande repercussão, pois esfrega na cara do brasileiro “malandro” como ele, no fundo, não passa de um otário. Ainda faltou dizer que o tal selo é comprado pela internet e chega por correio no dia seguinte, que o carro comprado foi um conversível, pois aqui não há perigo em circular pelas ruas sem capota mesmo usando bons relógios, e que o preço pago foi aproximadamente um terço do que seria gasto para levar o mesmo carro no Brasil. Mas tem “malandro” me acusando de ser “vira-lata”, em vez de reconhecer o alto custo de nossa “malandragem”. É muita vontade de bancar o otário mesmo…
Rodrigo Constantino