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Os abutres do bem: só nos resta a ironia…
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Abutres Bolivarianos: abutres de olho na carniça dos pobres e dos ignorantes

Quem acompanha no detalhe a política nacional corre o risco de ter um ataque de nervos. Não é nada fácil aturar as bravatas do governo, as mentiras do PT, o autoritarismo dessa turma que adoraria transformar o Brasil em uma Venezuela. O humor, a ironia fina, o sarcasmo podem ser armas de sobrevivência pessoal, para suportar o asco que é despertado por tanto atraso caudilhesco.

E ninguém melhor do que Guilherme Fiuza para fazer uso desta ferramenta. Seus artigos são engraçados, ao mesmo tempo em que tocam sempre em pontos muito sérios. É muito difícil levar esse governo a sério, e quem tem um pingo de bom senso olha espantado para o baixo nível dos chacais que chegaram ao poder. Só rindo deles mesmo, para não chorar. Diz Fiuza em sua coluna de hoje:

Lula da Silva pediu a cabeça de uma funcionária do Santander. O banco entregou-lhe a cabeça dela. Era uma funcionária abutre, dessas que atacam os cordeirinhos socialistas, escrevendo coisas desagradáveis sobre o governo popular. Como ousa essa agente do capitalismo selvagem dizer que a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais anima o mercado?

É bem verdade que a queda de Dilma nas pesquisas anima o mercado, mas… precisava dizer isso para todo mundo? A analista do Santander não poderia ser mais discreta com seus clientes? Não dava pelo menos para falar mais baixo? Ou mudar de assunto? Não dá para entender por que esses analistas de conjuntura insistem em falar de coisa triste. Em vez desses boletins sisudos e cinzentos, poderiam mandar mensagens coloridas e alegres, prevendo um PIB maravilhoso e garantindo que a inflação está quietinha no seu canto. Se o ministro da Fazenda faz isso, por que um banco não pode fazer? São mesmo uns pessimistas. Abutres!

A reação do governo? Aqui no nosso terreiro, “financista estrangeiro não vai cantar de galo, não”. E logo vem a imagem de Lula à nossa mente, fazendo aquilo que sabe fazer, a única coisa que sabe fazer além de negar que sabia do mensalão: bravatas! Vemos um sujeito sem educação alguma esbravejando sobre a analista do banco: “Não entende porra nenhuma de Brasil”. É um circo, um espetáculo, um show… só que de horrores.

Chávez, como lembra Fiuza, ficaria orgulhoso de seu pupilo: “Meu garoto!”, diria o falecido tirano se pudesse, por meio de algum passarinho. A América Latina foi tomada por bolivarianos ressentidos, por líderes autoritários, oportunistas safados, por gente da pior espécie que conseguiu chegar ao poder abusando da ignorância do povo, vendendo promessas irreais, explorando a miséria alheia com muito populismo e demagogia.

Uma análise mais afastada, de quem consegue esquecer que é cidadão também, de quem olha a ópera bufa de um ponto de vista histórico, pode até levar ao riso, ainda que temporário (depois vem a tristeza de quem sabe o custo que essa gente representa justamente para o povo mais pobre e sofrido, que diz defender). Fiuza conclui:

É bem verdade que o PT ainda não conseguiu torpedear a imprensa com a eficiência dos Kirchner. Mas tem suas listas negras, e continuará caçando essa gente que não entende porra nenhuma de Brasil.

E nós, que não entendemos nada de Brasil, continuaremos aqui, alertando com seriedade ou humor o perigo que corremos sob o governo desses “abutres do bem”.

Rodrigo Constantino

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