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O editorial do GLOBO de hoje chama a atenção para o avanço bolivariano em alguns países latino-americanos. Diz ele:

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Enquanto na maior parte dos países latino-americanos se consolida o regime democrático, o grupo dos que aderem, no todo ou em parte, ao “socialismo bolivariano-chavista” vai em sentido contrário. A liberdade de imprensa, ou seu cerceamento, é um dos melhores indicadores disso. No grupo majoritário ela é vista, como deve ser, como vigia atenta da democracia. No outro, é reprimida como “ponta de lança da burguesia”, capaz de distorcer os fatos para escamotear “a verdade”, uma exclusividade dos donos do poder — a velha prática ditatorial da censura.

É o que acontece em países como Argentina e Venezuela. Na primeira, o kirchnerismo, há dez anos no poder, pegou carona no chavismo. Uma das características dessa corrente política, e ela está muito visível na Argentina, é governar por confronto. Isto se acentuou nos dois mandatos de Cristina Kirchner. A Casa Rosada se entrincheira atrás de um grupo de assessores e políticos de toda confiança, de organizações satélites do governo no sindicalismo, na juventude, nos setores menos favorecidos e numa mídia chapa-branca, generosamente sustentada por vrbas oficiais. O resto, ou seja, a maior parte do país, é o resto mesmo.

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O que se passa na Argentina nos remete ao alerta feito por Hayek em seu brilhante O Caminho da Servidão, onde o economista austríaco demonstra que a liberdade econômica é fundamental para preservar a liberdade política. Em outras palavras, se o governo pode intervir de forma arbitrária na economia, ele pode manter qualquer um como refém. Basta ele ser dono de uma simples fornecedora de papel, por exemplo, para ele controlar toda a mídia impressa. O cão não morde a mão que o alimenta.

Os lamentáveis, porém previsíveis acontecimentos argentinos devem servir de alerta aos brasileiros. O governo petista, antes com o presidente Lula e agora com Dilma, vem tentando expandir os tentáculos estatais na economia, infelizmente com sucesso. E o controle da imprensa independente tem sido uma verdadeira obsessão de muitos petistas. Se os argentinos, mais educados que nós na média, não foram capazes de evitar tal destino trágico, o que garante que nós iremos escapar desta sina?

Toda mobilização será necessária para proteger a liberdade de imprensa por aqui. Afinal, sabemos que aquilo que a Argentina está conseguindo fazer é a meta de muitos petistas. Alguns devem inclusive estar com baba de inveja escorrendo pelo canto da boca, sonhando com o dia em que a revista Veja e os jornais O Globo e Estadão dependerão da aprovação do governo para obter papel.

Dividir para conquistar: eis o lema dessa esquerda carnívora. Segregam o país em classes e grupos antagônicos, manipulam as informações e tentam calar na marra as vozes contrárias. Acorda, Brasil! Saibamos impedir esse avanço bolivariano por aqui. Não passarão!